ATA DA SEPTUAGÉSIMA NONA SESSÃO ORDINÁRIA DA
TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA LEGISLATURA, EM
27-9-1999.
Aos vinte e sete dias do
mês de setembro do ano de mil novecentos e noventa e nove reuniu-se, no
Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto
Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos foi efetuada a segunda chamada,
sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Antônio Losada, Clênia Maranhão,
Cyro Martini, Eliseu Sabino, João Bosco Vaz, João Motta, José Valdir, Luiz
Braz, Maristela Maffei, Renato Guimarães, Saraí Soares e Sônia Santos. Ainda,
durante a Sessão, compareceram os Vereadores Antonio Hohlfeldt, Carlos Alberto
Garcia, Cláudio Sebenelo, Décio Schauren, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Gilberto
Batista, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Hélio Corbellini, Isaac Ainhorn,
João Carlos Nedel, João Dib, Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Nereu D’Ávila,
Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol e Tereza Franco. Constatada a
existência de "quorum", o Senhor Presidente declarou abertos os
trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias da Ata Vigésima
Quarta Sessão Solene, que foi aprovada. À MESA foram encaminhados: pelo
Vereador Eliseu Sabino, 05 Pedidos de Providências; pelo Vereador Gilberto
Batista, 02 Pedidos de Providências; pelo Vereador Isaac Ainhorn, 01 Pedido de
Providências; pelo Vereador João Bosco Vaz, o Projeto de Lei do Legislativo nº
170/99 (Processo nº 3034/99); pelo Vereador João Carlos Nedel, 12 Pedidos de
Providências; pelo Vereador Nereu D’Ávila, 01 Pedido de Providências; pelo
Vereador Reginaldo Pujol, 01 Pedido de Providências. Ainda, foi apregoado
Requerimento de autoria do Vereador João Bosco Vaz, deferido pelo Senhor
Presidente, solicitando a retirada de tramitação do Projeto de Lei do Legislativo
nº 141/99 (Processo nº 2753/99). A seguir, constatada a existência de “quorum”,
foi aprovado Requerimento verbal do Vereador Adeli Sell, solicitando alteração
na ordem dos trabalhos da presente Sessão, iniciando-se o período do GRANDE
EXPEDIENTE, hoje destinado a homenagear o Ano Internacional do Idoso, nos
termos do Requerimento nº 111/99 (Processo nº 1563/99), de autoria do Vereador
Adeli Sell. Compuseram a Mesa: o Vereador Nereu D’Ávila, Presidente da Câmara
Municipal de Porto Alegre; a Senhora Hilda Diogo, Coordenadora do Grupo de
Convivência da Associação Médica do Rio Grande do Sul – AMRIGS; a Senhora
Lizete Camargo, representante da Associação das Diplomadas Universitárias do
Rio Grande do Sul; o Vereador Adeli Sell, 1º Secretário da Casa. Na
oportunidade, face Questão de Ordem formulada pelo Vereador José Valdir, o
Senhor Presidente prestou informações acerca do comparecimento, a este
Legislativo, da Senhora Margarete Moraes, Secretária Municipal da Cultura, a ocorrer
no dia de hoje. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Adeli Sell analisou a
participação dos idosos na sociedade brasileira, destacando a necessidade de
adoção de medidas públicas que objetivem a implementação de novas formas de
atendimento à população de terceira idade no Município e ressaltando o trabalho
desenvolvido pela Fundação de Educação Social e Comunitária – FESC nesse
sentido. Ainda, mencionou o transcurso da Semana Municipal do Idoso. Na
ocasião, o Senhor Presidente registrou a presença da Senhora Margarete Costa
Moraes, Secretária Municipal da Cultura, convidando Sua Senhoria a integrar a
Mesa dos trabalhos. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Cyro Martini saudou o
transcurso do Ano Internacional e da Semana Municipal do Idoso, comentando a
importância da promoção de atividades que visem a integrar os idosos à
sociedade, viabilizando a transmissão de experiências e conhecimento às novas
gerações e garantindo qualidade de vida a essa significativa parcela da população
brasileira. O Vereador José Valdir discorreu sobre o trabalho desenvolvido pela
Fundação de Educação Social e Comunitária – FESC na implementação de programas
voltados à manutenção de grupos de convivência de terceira idade, destacando a
necessidade de uma reflexão profunda sobre o papel exercido pelo idoso na
sociedade moderna e sobre o modo como a coletividade está lidando com a
questão. O Vereador Carlos Alberto Garcia manifestou-se sobre a importância do
trabalho desenvolvido em Porto Alegre por grupos destinados a incentivar a
convivência entre cidadãos de terceira idade, analisando a importância da
realização de atividades que possibilitem a integração social dos idosos e
propugnando pela adoção de medidas públicas que possibilitem melhores condições
de vida aos idosos brasileiros. O Vereador Cláudio Sebenelo teceu considerações
a respeito do papel exercido pelos idosos junto à sociedade atual, salientando
a necessidade de que sejam estimulados o convívio social e a troca de
experiências por parte dos cidadãos de terceira idade e atentando para a
importância de que todas as pessoas valorizem a figura dos idosos como membros
úteis das coletividades que integram. A seguir, o Senhor Presidente concedeu a
palavra às Senhoras Ilda Diogo e Lizete Camargo, que agradeceram o registro
feito pela Casa relativamente ao transcurso do Ano Internacional e da Semana
Municipal do Idoso. Às quinze horas e dezesseis minutos, os trabalhos foram
regimentalmente suspensos, sendo retomados às quinze horas e dezenove minutos,
constatada a existência de “quorum”. Após, o Senhor Presidente registrou o
comparecimento da Senhora Margarete Costa Moraes, Secretária Municipal da
Cultura, que divulgou o Projeto “Memória dos Bairros”, procedendo à entrega,
aos Senhores Vereadores, de material referente a este Projeto. Também, o Senhor
Presidente registrou terem sido doados à Biblioteca da Casa livros e materiais
diversos relativos ao Projeto "Memória dos Bairros". Na ocasião, o
Vereador Juarez Pinheiro manifestou-se, registrando a importância do trabalho
realizado pela Funcionária Municipal Marion Kruse Nunes no desenvolvimento do
Projeto “Memória dos Bairros”. Às quinze horas e trinta e um minutos, os
trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quinze horas e
trinta e quatro minutos, constatada a existência de “quorum”. Em GRANDE
EXPEDIENTE, o Vereador Renato Guimarães manifestou-se contrariamente aos
posicionamentos adotados pela Organização das Nações Unidas – ONU em relação
aos conflitos que vêm ocorrendo no Timor Leste. Também, comentou dados acerca do
orçamento do Governo Federal para o próximo ano, criticando o aumento nos
índices percentuais de verbas destinadas à publicidade. Em COMUNICAÇÃO DE
LÍDER, o Vereador Pedro Américo Leal analisou decisão do Governo Estadual, de
mobilizar a Brigada Militar para realizar a segurança e o controle de
estabelecimentos vinculados à Fundação do Bem Estar do Menor – FEBEM destinados
a abrigar menores infratores. Ainda, externou sua contrariedade ao teor de
dispositivos penais constantes no Estatuto da Criança e do Adolescente. Em
GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Elói Guimarães referiu-se à participação da
Brigada Militar na prestação da segurança carcerária de estabelecimentos
correcionais de responsabilidade da Fundação do Bem Estar do Menor – FEBEM,
tecendo críticas à atuação do Governo do Estado pelas políticas públicas
adotadas quanto à recuperação e ressocialização de menores infratores. O
Vereador Luiz Braz traçou um paralelo entre a atuação dos Senhores Olívio Dutra
e Antônio Britto à frente do Governo do Estado no que se refere à implantação
de medidas destinadas a garantir o cumprimento das disposições constantes no
Estatuto da Criança e do Adolescente, propugnando pela adoção de políticas
especiais que garantam a reeducação e realocação social de menores infratores.
O Vereador Antônio Losada manifestou-se contrariamente às políticas sociais
implementadas pelo Governo Federal, especialmente no que se refere à questão
dos idosos brasileiros. Discorreu sobre Projeto de Lei de sua autoria, que
obriga a colocação de etiquetas indicativas de preço nos produtos vendidos nos
supermercados da Cidade e defendeu a atuação do Governo do Estado frente aos
problemas enfrentados pela FEBEM. Na ocasião, face Questão de Ordem formulada
pela Vereadora Clênia Maranhão, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos
acerca dos trabalhos da presente Sessão. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora
Clênia Maranhão teceu considerações sobre as dificuldades de ordem estrutural
enfrentadas pela Fundação do Bem Estar do Menor - FEBEM, criticando o modo como
o Governo Estadual vem tratando a questão da recuperação de crianças e
adolescentes infratores e propugnando pela adoção de medidas que garantam o
cumprimento do Estatuto da Criança e do Adolescente. Na oportunidade, o Senhor
Presidente registrou a presença do Senhor Arlindo Ritter, Presidente da
Associação dos Servidores do Grupo Hospitalar Conceição - ASERGHC, e de
integrantes dessa entidade. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Hélio
Corbellini manifestou sua preocupação com os problemas verificados nos
estabelecimentos correcionais vinculados à Fundação do Bem Estar do Menor -
FEBEM, defendendo a adoção de um modelo administrativo para esses
estabelecimentos que possibilite a observância dos princípios fundamentais
consagrados pelo Estatuto da Criança e do Adolescente. O Vereador Isaac Ainhorn
discorreu sobre Projeto de Lei de sua autoria, aprovado por este Legislativo e
vetado pelo Executivo Municipal, que determina a abertura do Mercado Público de
Porto Alegre durante os domingos, afirmando que esta atitude do Senhor Prefeito
Municipal vai de encontro aos interesses da Cidade e prejudica o
desenvolvimento das potencialidades turísticas do Município. A seguir,
constatada a existência de "quorum", foi iniciada a ORDEM DO DIA e,
face manifestação do Vereador Cláudio Sebenelo, o Senhor Presidente prestou
esclarecimentos acerca da impossibilidade da realização de pronunciamentos em
Comunicação de Líder depois de iniciada a verificação de "quorum"
para ingresso na Ordem do Dia. Também, o Vereador Guilherme Barbosa formulou
Requerimento verbal, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando fosse
permitido o ingresso de Assessores das Bancadas no Plenário. Foi votada destacadamente
e aprovada a Emenda nº 82 aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº
10/97, por dezessete votos SIM e treze votos NÃO, após ser encaminhada à
votação pelos Vereadores João Motta, Sônia Santos, João Dib, Guilherme Barbosa
e Eliseu Sabino, em votação nominal solicitada pelo Vereador Nereu D’Ávila,
tendo votado Sim os Vereadores Antonio Hohlfeldt, Cláudio Sebenelo, Clênia
Maranhão, Eliseu Sabino, Fernando Záchia, Gilberto Batista, Hélio Corbellini,
Isaac Ainhorn, João Carlos Nedel, João Dib, Luiz Braz, Nereu D’Ávila, Paulo
Brum, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Sônia Santos e Tereza Franco e Não
os Vereadores Adeli Sell, Antônio Losada, Cyro Martini, Décio Schauren,
Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, João Bosco Vaz, João Motta, José Valdir,
Juarez Pinheiro, Maristela Maffei, Renato Guimarães e Saraí Soares. Foi votada
destacadamente e rejeitada a Emenda nº 83 aposta ao Projeto de Lei Complementar
do Executivo nº 10/97, por oito votos SIM, vinte e um votos NÃO e uma
ABSTENÇÃO, após ser encaminhada à votação pelo Vereador Antonio Hohlfeldt, em
votação nominal solicitada pelo Vereador Adeli Sell, tendo votado Sim os
Vereadores Antonio Hohlfeldt, Cláudio Sebenelo, Eliseu Sabino, Isaac Ainhorn,
Luiz Braz, Paulo Brum, Sônia Santos e Tereza Franco, Não os Vereadores Adeli
Sell, Clênia Maranhão, Cyro Martini, Décio Schauren, Fernando Záchia, Gilberto
Batista, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Hélio Corbellini, João Bosco Vaz,
João Carlos Nedel, João Dib, João Motta, José Valdir, Juarez Pinheiro, Lauro
Hagemann, Maristela Maffei, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Renato Guimarães
e Saraí Soares e tendo optado pela Abstenção o Vereador Antônio Losada. Foi
votada destacadamente e rejeitada a Emenda nº 84 aposta ao Projeto de Lei
Complementar do Executivo nº 10/97, por vinte e nove votos NÃO, após ser
encaminhada à votação pelo Vereador Reginaldo Pujol, em votação nominal
solicitada pelo Vereador Isaac Ainhorn, tendo votado os Vereadores Adeli Sell,
Antonio Hohlfeldt, Antônio Losada, Carlos Alberto Garcia, Cláudio Sebenelo,
Cyro Martini, Décio Schauren, Eliseu Sabino, Elói Guimarães, Fernando Záchia,
Gilberto Batista, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Hélio Corbellini, Isaac
Ainhorn, João Bosco Vaz, João Dib, João Motta, José Valdir, Juarez Pinheiro,
Lauro Hagemann, Luiz Braz, Maristela Maffei, Paulo Brum, Pedro Américo Leal,
Reginaldo Pujol, Renato Guimarães, Saraí Soares e Sônia Santos e tendo o
Vereador João Dib manifestado-se a respeito desta votação. Foi votada
destacadamente e aprovada a Emenda nº 87 aposta ao Projeto de Lei Complementar
do Executivo nº 10/97, tendo o Senhor Presidente, face Questão de Ordem
formulada pelo Vereador Antonio Hohlfeldt, prestado esclarecimentos sobre o
teor desta Emenda e tendo o Vereador Luiz Braz manifestado-se a respeito. Na
ocasião, o Vereador Carlos Alberto Garcia registrou seu voto contrário à Emenda
nº 87 aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 10/97. Também, os
trabalhos estiveram suspensos das dezessete horas e vinte e um minutos às
dezessete horas e vinte e dois minutos, nos termos regimentais. Foi votada
destacadamente e aprovada a Emenda nº 302 aposta ao Projeto de Lei Complementar
do Executivo nº 10/97, por vinte e nove votos SIM e um voto NÃO, após ser
encaminhada à votação pelos Vereadores Isaac Ainhorn e Juarez Pinheiro, em
votação nominal solicitada pelo Vereador Nereu D’Ávila, tendo votado Sim os
Vereadores Adeli Sell, Antonio Hohlfeldt, Antônio Losada, Carlos Alberto
Garcia, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Décio Schauren, Eliseu Sabino, Elói
Guimarães, Gilberto Batista, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Hélio Corbellini,
Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, João Dib, João Motta, José
Valdir, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Maristela Maffei, Nereu D'Ávila, Paulo
Brum, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Renato Guimarães, Saraí Soares e
Sônia Santos e Não o Vereador Lauro Hagemann. Na ocasião, face Questões de
Ordem formuladas pelo Vereador Antonio Hohlfeldt, o Senhor Presidente prestou
esclarecimentos acerca do teor da Emenda nº 302 aposta ao Projeto de Lei
Complementar do Executivo nº 10/97. Também, os trabalhos estiveram suspensos
das dezessete horas e trinta minutos às dezessete horas e trinta e três
minutos, nos termos regimentais. Foi votada destacadamente e aprovada a Emenda
nº 90 aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 10/97, após ser encaminhada
à votação pelo Vereador Reginaldo Pujol. Foram votados destacadamente e rejeitados
os Itens nºs 01 e 02 da Subemenda nº 01 à Emenda nº 90 aposta ao Projeto de Lei
Complementar do Executivo nº 10/97, considerando-se prejudicado o § 4º da
Subemenda nº 01 à Emenda nº 90 aposta a este Projeto, após serem encaminhados à
votação pelo Vereador Reginaldo Pujol. Foi votada destacadamente e rejeitada a
Subemenda de Relator Sistematizador nº 02 à Emenda nº 90 aposta ao Projeto de
Lei Complementar do Executivo nº 10/97. Foi apregoada a Subemenda nº 04 à
Emenda nº 90 aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 10/97, tendo
a Vereadora Sônia Santos formulado Requerimento verbal, deferido pelo Senhor
Presidente, solicitando fosse essa Subemenda enviada à apreciação da
Procuradoria da Casa. Também, o Senhor Presidente, face Questões de Ordem e
manifestações dos Vereadores Sônia Santos, João Dib, Luiz Braz, Carlos Alberto
Garcia e Reginaldo Pujol, prestou esclarecimentos a respeito do teor e da
tramitação dessa Subemenda. Ainda, os trabalhos estiveram suspensos das dezoito
horas e sete minutos às dezoito horas e dezesseis minutos, nos termos
regimentais. Às dezoito horas e vinte minutos, constatada a inexistência de
"quorum", o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos,
convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima
quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores
Nereu D'Ávila, Juarez Pinheiro, Adeli Sell e Antônio Losada, este nos termos do
artigo 27 do Regimento, e secretariados pelos Vereadores Adeli Sell e Eliseu
Sabino. Do que eu, Adeli Sell, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a
presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim
e pelo Senhor Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Nereu D’Ávila): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para
um Requerimento.
O SR. ADELI SELL (Requerimento): Senhor Presidente, requeiro que passemos
ao Grande Expediente para homenagear o Ano Internacional do Idoso, e por
proposição de outros Vereadores, entre eles o Ver. João Motta, que passemos às
Comunicações e à Pauta para depois da Ordem do Dia, já que temos a discussão e
votação do Plano Diretor.
O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento do Ver. Adeli
Sell. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Passamos
ao
GRANDE EXPEDIENTE
O SR. JOSÉ VALDIR (Questão de Ordem): Senhor Presidente, solicito que informe
para que horas foi prevista a presença da Secretária Margarete Moraes.
O SR. PRESIDENTE: Foi prevista para este horário, 14h30min.
Estamos aguardando a Secretária. Enquanto isso, aprovado o Requerimento nº
111/99, do Ver. Adeli Sell, que propôs que este período seja destinado a
homenagear o Ano Internacional do Idoso e a Semana Municipal do Idoso.
Vamos
compor a Mesa. Convidamos a Sra. Hilda Diogo, Coordenadora do Grupo de
Convivência da AMRIGS; a Sra. Lizete Camargo, representante da Associação das
Diplomadas Universitárias do Rio Grande do Sul.
O
Ver. Adeli Sell está com a palavra.
O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores; Sra.
Hilda Diogo, Coordenadora do Grupo de Convivência da AMRIGS, Associação Médica
do Rio Grande do Sul; Senhoras e Senhores.
Eu
tenho a honra de, nesta segunda-feira, neste Grande Expediente, falar do idoso.
Não sei se exatamente do idoso, afinal nós temos o Ano Internacional do Idoso e
a Semana do Idoso. Mas, nós temos falado, também, e creio que corretamente, da
terceira idade e da melhor idade. Creio que, com a melhor idade, talvez
possamos significar mais correta e coerentemente esta parte da vida das
pessoas.
Hoje,
um jovem será o idoso de amanhã. Essa é a lei inexorável da vida.
O
Ano Internacional do Idoso foi criado para comemorar, para reverenciar, para
homenagear pessoas que têm uma trajetória de vida e de trabalho que são
exemplos de dignidade para os mais jovens. Até porque nós dissemos que é
vivendo que se aprende.
Neste
dia de homenagens, nós também não poderíamos deixar de registrar algumas
questões que, para nós, são muito doloridas. Não basta apenas, comemorar o Ano
Internacional do Idoso, fazer festas, fazer este Grande Expediente nesta
Câmara, que é a representação do povo de Porto Alegre. É preciso que hoje,
neste vinte e sete de setembro, possamos dizer que, nos outros dias do ano,
sempre e permanentemente, possamos elaborar políticas públicas para os idosos,
para a terceira idade, a melhor idade. Mais do que isto: estarmos aqui também
para marcar que é preciso resgatar direitos, que é preciso lembrar,
permanentemente, aos filhos em casa, que se esquecem dos dias difíceis de seus
pais ou de seus avós para que chegassem ao ponto em que estão, em que nós
estamos. Eu não seria aquilo que sou hoje, não teria a compreensão que tenho
hoje em falar da defesa dos direitos dos idosos, não fosse o trabalho da minha
avó, que fará noventa e sete anos em novembro. A trajetória dela é semelhante à
de muitas das senhoras e dos senhores que estão aqui ou que nos ouvem pela TV
Câmara. É preciso lembrar o que já foi feito, o que a FESC faz no Município, o
que entidades não-governamentais fazem, como os inúmeros clubes de mães da
nossa Cidade, com vovós. Não fossem os nossos vovôs que, em muitos lugares,
cuidam das praças, cuidam das crianças, cuidam da Cidade, ah, não fossem os
vovôs! Ah, não fosse essa experiência, a nossa Cidade não seria a mesma. As
senhoras e os senhores têm feito a história desta Cidade, a história deste
Estado, a história deste País.
Ver.
Cyro Martini, que articulou, e junto defendemos aqui o Conselho do Idoso, é
preciso lembrar que há cinco anos, apenas há cinco anos, mesmo assim somos
vanguarda no Brasil, foi criada a Delegacia do Idoso. Quanto foi feito? Mas,
quanto mais, Vereadores e Vereadoras, teremos que fazer? Se hoje festejamos
tudo aquilo que são conquistas, nós não podemos esquecer algumas coisas. As
coisas boas, quando encontramos na Praça da Alfândega uma senhora ou um senhor
idoso, com o olhar no horizonte lembrando tudo o que fez, tudo que plantou,
tudo que está deixando para gerações futuras. Mas, nós também lembramos que
naquele mesmo lugar, no Centro da nossa Cidade, ainda hoje há insegurança, onde
nossos idosos têm dificuldades, muitas vezes, em ser transeuntes. É exatamente
nessa idade que precisamos fazer com que nossos idosos se movimentem de uma
banda para outra, porque já contribuíram com o seu trabalho para ter uma
aposentadoria merecida, mas os Governos esqueceram, deputados, parlamentares
esqueceram que é impossível conviver e viver com as aposentadorias minguadas,
com a falta de assistência à saúde.
Nós,
aqui em Porto Alegre, estamos tentando há anos resgatar esses direitos com os
Grupos de Convivência da Prefeitura, através da FESC e de outras instituições
não-governamentais. Nós, felizmente, estamos vendo em cada sindicato, nas
associações a preocupação com a terceira idade.
Por
isso, é importante, é bom estar aqui, eu ter proposto a lembrança dessa data
para que ela não seja apenas uma lembrança, para que as nossas palavras
colocadas hoje aqui continuem a ecoar por 365 dias por ano. Queremos, com esse
singelo gesto, nesta Sessão Especial no Grande Expediente, marcar essa data;
mas, nós queremos, com as nossas várias instituições, fazer com que possamos,
como Vereadores, fiscalizar, cobrar, propor ao Poder Público até questões
modestas, como eu já propus, será lei, tenho certeza que em breve, as viagens
turístico-culturais pela nossa Cidade para resgatar e dar de volta aquelas
inúmeras contribuições à terceira idade, a melhor idade.
Nós
queremos que, permanentemente, as senhoras e os senhores venham a esta Câmara
de Vereadores colocar as suas preocupações, os seus direitos para nós. Aqui
nesta Casa, as senhoras e os senhores, tenham a convicção de que terão uma voz
que será, sem dúvida nenhuma, o tambor das preocupações, das angústias que
ainda estão nos seus peitos e nos seus corações. Aqui nós não deixaremos
murchar nenhuma das suas aspirações e dos seus sonhos.
Parabéns,
melhor idade, parabéns terceira idade, parabéns nossos idosos, não apenas nesta
data comemorativa, mas 365 por ano. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Registramos a presença da Sra. Margarete
Moraes, Secretária Municipal de Cultura que convidamos a fazer parte da Mesa.
A
Vera. Saraí Soares está com a palavra e cede o seu tempo para o Ver. Cyro
Martini.
O SR. CYRO MARTINI: Sr. Presidente, Ver. Nereu D’Ávila; Sr.
1º Secretário desta Câmara, Ver. Adeli Sell; Sra. Hilda Diogo, Coordenadora do
Grupo de Convivência da AMRIGS, Associação Médica do Rio Grande do Sul; Sra.
Lizete Camargo, Representante da Associação das Diplomadas Universitárias do
Rio Grande do Sul. Cada vez mais, meus senhores e minhas senhoras, tomamos
consciência face à evidência da presença do idoso entre nós. Idoso para nós,
com fundamento em Lei Federal, é a pessoa que conta com a idade mínima de
sessenta anos. Nós, em Porto Alegre, contamos com uma população superior a
duzentos mil entre os idosos, entre os quais com muita honra eu estou. No
Brasil, nós temos uma população superior a treze milhões, já beirando 10% da
população nacional. Evidente, por conseguinte, Sr. Presidente, Sr. Secretário
Adeli Sell, proponente desta Sessão, temos diante de nós uma nova realidade, o
Brasil, em prosa, verso, cantado nas escolas pelos jovens, nos ambientes
culturais, históricos, cívicos, como o Brasil do jovem, o Brasil do futuro, por
causa desses jovens, nós hoje temos uma outra realidade, que é a realidade do
idoso.
E
eu sempre me manifesto, como fiz na semana passada, quando nós tivemos a
oportunidade de visitar, com o grupo de idosos do Hospital Conceição, a SPAN, o
Padre Cacique e tivemos a oportunidade de realizar uma Tribuna Popular nesta
Casa. Eu sempre que tenho a oportunidade não me canso de assinalar que o
Brasil, com a presença marcante dos idosos pode dispor de uma massa humana mais
quente, mais fervorosa, no que diz respeito aos seus destinos. O jovem traz no
sangue a força ardente de uma garra pungente que busca ir para a frente com
toda a força. Mas aquele que conhece os idosos sabe que eles também têm força;
têm vontade e têm garra, têm capacidade de luta. Esse idoso das casas
geriátricas não é todo o conjunto dos idosos. O conjunto dos idosos é
constituído por pessoas que têm vontade e que têm futuro e destino pela frente.
E se o jovem tem garra, tem vontade, o idoso, além da garra e vontade, tem
experiência e essa experiência é um fermento produtivo, forte, para
proporcionar uma sociedade melhor. Eu não vejo o idoso apenas lutando para
conseguir uma brecha, através da qual a sua dignidade seja assegurada. A luta
pela dignidade do idoso, é óbvio, tem que sempre ser colocada, quando temos
diante dos nossos olhos as casas geriátricas que não oferecem as melhores
condições para acolher e assistir as pessoas idosas. Evidentemente que é nesse
sentido que nos empenhamos.
Quando
vemos que o transporte público ainda não dispõe das condições necessárias para
a recepção dos idosos, estamos preocupados com a dignidade, com o direito e com
a sorte do idoso. Mas isso são aspectos da vida da 3ª idade. Na verdade, a
maioria deles não quer e nem precisa de favor, pelo contrário, eles estão aí à
disposição de Porto Alegre, do Rio Grande e do Brasil. Eles têm amealhado, no
curso do tempo, muita experiência e o Brasil ainda não aprendeu a explorar, a
ir beber na fonte idosa da terceira idade o melhor dos caldos para dar brilho,
para constituir melhor o seu futuro. Mas aos poucos o Brasil vai descobrindo.
Porto
Alegre tem mais de 200 mil idosos, isso não é um número insignificante, é uma
taxa altíssima da nossa população. E, de outra parte, mais de 13 milhões de
brasileiros, também não é um número para se desprezar. Sr. Presidente, Sr.
Secretário, Sra. Secretaria Municipal de Cultura. Quando nós falamos em idosos,
nós falamos, por conseguinte, em alguém que tem, dentre as suas missões, a
missão de oferecer, e oferece, espaço para a manifestação da cultura cultivada
pelos idosos; quando nós falamos em terceira idade, não falamos em pessoas
atiradas, jogadas a um canto, alquebradas, acabadas pelo tempo, pelo contrário,
estamos falando num Brasil mais forte, aquele Brasil que ouvimos na juventude,
o Brasil do futuro, que está nas mãos dos idosos. Nós, os jovens de outrora,
não soubemos encaminhar melhor os destinos do Brasil, sempre o colocamos
atropelado pelas estradas da vida, sem dar um destino forte e bem direcionado
para melhor oferecer uma condição de vida para a sorte do povo brasileiro. Mas
nós, os idosos, muitos Vereadores, e dentre eles, como disse anteriormente,
este que está falando, haveremos de saber dar para Porto Alegre, para o Rio
Grande e para o Brasil a sorte, não para que os idosos tenham casas que os
assistam de uma maneira mais condigna, não para que se ofereçam condições para
andar de graça no transporte coletivo, que isso é um mero favor, nós queremos,
que a par dos direitos que são peculiares à pessoa humana que ele é, mais
espaço para dizer que estamos aqui e o que depender de nós, da experiência e da
garra dos idosos, Porto Alegre, o Rio Grande e o Brasil serão realmente aquele
“futuroso” País de outrora. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Adeli Sell inscreve-se e cede o
seu tempo ao Ver. José Valdir com a aquiescência dos demais inscritos.
O SR. JOSÉ VALDIR: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda
os componentes da Mesa e demais presentes.) Este tema do idoso está particularmente
relacionado com o meu trabalho desenvolvido nos últimos tempos, eis que como
Presidente da FESC, durante a gestão do companheiro Prefeito Tarso Genro, eu
tive a oportunidade de participar e conviver com os diversos grupos de terceira
idade, os grupos de convivência da FESC, ajudar a implementar uma série de
programas como a colônia de férias, o baile do idoso, a Semana do Idoso, que já
é tradição em nossa Cidade. Posteriormente, já neste mandato na Câmara de
Vereadores, com o apoio unânime desta Casa nós aprovamos um Projeto de minha
autoria que cria o Programa de Casas de Convivência para os idosos em situação
de risco, especialmente os idosos das famílias de baixa renda, portanto, este é
um tema com o qual eu tenho bastante afinidade.
A
questão, mesmo que nós estejamos hoje num dia de homenagem, eis que se trata de
homenagear o Ano Internacional do Idoso, nós temos que discutir algumas
questões, levantar algumas questões que merecem ser debatidas em relação a esse
tema.
A
primeira questão que se impõe é reconhecer que esse tema do idoso, é também um
tema de ordem filosófico-existencial, na medida em que todo o ser humano, com
grande probabilidade, chegará a essa fase vital, porque isso faz parte do ciclo
da vida, chegar à terceira idade. Em segundo lugar, quando numa homenagem como
essa, debatemos a questão do idoso, é forçoso reconhecer que esse tema se
relaciona diretamente com duas questões: uma de natureza estrutural e outra de
natureza conjuntural, da nossa sociedade.
Nós
vivemos em uma sociedade cada vez mais consumista, cada vez mais materialista.
Uma sociedade onde o processo de produção e consumo é apresentado através da
mídia como sendo um valor, quase um conceito: o objetivo supremo da felicidade.
Uma sociedade onde os valores da solidariedade, da lealdade e da cooperação
cada vez mais submergem aos valores do individualismo e da competição, tornando
as pessoas, todas as pessoas, cada vez mais insensíveis, cada vez mais
individualistas. Os próprios meios de comunicação virtual que temos, conseguem
a façanha de colocar o indivíduo, muitas vezes, em contato com o mundo, mas na
solidão do seu quarto, na frente de um aparelho, de um computador. Existe toda
uma indústria da solidão, hoje. Então, quando tocamos no tema do idoso somos
instigados a refletir sobre esse tipo de sociedade em que estamos vivendo, em
que essa tendência ao individualismo cada vez mais avança perigosamente.
Uma
questão de natureza conjuntural que é impossível deixar de mencionar, neste dia
de homenagem, é o problema que estão vivendo os idosos, no Brasil, hoje, como
já foi levantado, aqui. Hoje, os idosos, no Brasil, através de um salário
ridículo, de uma aposentadoria ridícula, ainda estão, permanentemente, com a
espada suspensa sobre as suas cabeças, as chamadas reformas que não poupam a
ninguém, cassam direitos, no Brasil, de todos, inclusive, dos idosos. Por isso,
vou-me encaminhando para o final das minhas considerações dizendo o seguinte:
muitas conquistas, certamente, nós já temos. Já conquistamos, com relação ao
idoso, não só em Porto Alegre, mesmo através da FESC, nós fizemos todo um
trabalho junto aos motoristas, que foi renovado no ano passado, quando
estiveram aqui na Casa os grupos da FESC falando desse trabalho, numa
iniciativa do Vereador Luiz Braz. Foi, inclusive, relembrado o programa Porta
Aberta, iniciado há alguns anos atrás na FESC, com o objetivo de sensibilizar a
sociedade.
Muitas
coisas foram conseguidas no plano legal. Nós temos não só essas leis aprovadas
nesta Casa, como essa de minha autoria, a lei do Vereador Adeli Sell, a lei do
Vereador Luiz Braz; temos também a grande conquista do Estatuto do Idoso.
Certamente tudo isso são avanços. Nem tudo são derrotas! Agora, a luta pelo
resgate da dignidade do idoso não pára. É claro que essa luta tem de ser comandada,
tem de ser puxada pelos próprios idosos, mas é uma luta de toda a sociedade,
porque, como eu disse, filosoficamente, em princípio, nós todos vamos chegar à
terceira idade. Tem alguns que já estão na terceira idade, como o Vereador João
Dib - ele vai chegar à terceira idade. Então, até por essa questão filosófica é
que toda a sociedade tem de se envolver nessa luta. Mas não só por isso. É
porque lutar pela dignidade do idoso é lutar também por uma sociedade mais
fraterna, mais humana, mais solidária e - por que não dizer? -, uma sociedade
mais justa. Por isso essa luta do idoso tem de ser uma luta de todos nós, e uma
luta também pela transformação da sociedade. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Vereador Carlos Alberto Garcia está com
a palavra no período de Grande Expediente.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: (Saúda os componentes da Mesa e demais
presentes.) Gostaríamos de agradecer ao Ver. Adeli Sell pela brilhante
iniciativa.
Fala-se
em Ano Internacional do Idoso e eu lembro que todo dia é dia do idoso.
Lembramos diversas considerações, quando se fala em idoso: terceira idade,
melhor época da vida, o conviver.
Trago
em minha lembrança algo que presencio todos os dias, que é o testemunho de vida
da minha própria mãe. Com 77 anos, sempre faz questão de dizer que não se sente
velha, nem idosa, mas bastante útil e com muita vitalidade. E é isso que as
pessoas têm, cada vez mais, para dizer.
Quem
tem a grata felicidade e oportunidade de trabalhar com essa faixa etária, sabe
a importância e o significado dessas atividades para essas pessoas. Sabemos
como é complicado num País como o nosso, subdesenvolvido, de terceiro mundo,
falar de uma idade mais avançada sem também deixar de lado o grande segmento da
população que, na maioria das vezes, não consegue chegar nessa idade. A nossa
população mais idosa, quando chega a essa faixa etária, grande parte chega sem
as mínimas condições de qualidade de vida.
Hoje,
a nossa população como não tem emprego, grande parte dos nossos idosos não
conseguiram-se aposentar, não tem casa própria e, além disso, convive
sistematicamente com os aumentos abusivos de remédio. E aqueles que estão
ligados ao serviço público estão sempre ameaçados de perderem os seus salários,
porque faz cinco anos que não ganham aumento e ainda querem retirar parte de
seus tributos. Por isso, é muito difícil falar dessa faixa etária sem falar
disso, mas, ao mesmo tempo, há um lado gratificante - sou testemunha, porque
sistematicamente tenho a felicidade de conviver com inúmeros grupos ligados a
essa faixa etária -, eu sinto que essas pessoas têm uma vontade de viver tão
grande que eles é que nos passam esse exemplo. Muitas e muitas vezes, nós, que
nos queixamos da vida, olhamos para essas pessoas e vemos nelas tanta vitalidade
que paramos para pensar: “Por que reclamar da vida se os idosos estão dando um
exemplo, um testemunho de vida que só serve para nos alegrar? Por que eu me
queixo tanto, se eles, no seu dia-a-dia, são felizes, são alegres?” Eles dizem:
“Vamos, vamos em frente!” Eu sou testemunha disso. No dia-a-dia, essas pessoas
são maravilhosas, porque elas já passaram pelo sofrimento de uma vida e
aprenderam o que é isso. Mas elas têm algo muito bom a oferecer para a
população: a solidariedade, a fraternidade, o companheirismo.
Os
grupos de convivência são tão fortes que, muitas vezes, se sobrepõem até ao
valor da família. Eu tenho inúmeros depoimentos que dizem que essas pessoas não
visitam e não são visitadas por seus familiares, mas uma coisa é certa: no dia de
convivência do seu grupo, elas não faltam. Se alguma pessoa falta, no outro
dia, os seus amigos vão visitá-la e saber por que ela não esteve presente. Será
que esteve doente, ou o que aconteceu? Esse é um exemplo vivo do espírito de
solidariedade, que nós devemos, cada vez mais, aproveitar.
O
mundo está com uma perspectiva nova, e todos nós, principalmente os cristãos,
esperamos que, com o advento do novo milênio, as pessoas se tornem mais
fraternas, deixem o individualismo de lado, porque nós só poderemos ser felizes
em grupo; individualmente não há como repartir, individualmente não se pode ser
feliz. A felicidade sempre está ligada a alguém, a alguns - é isso que este
mundo tem de aprender. Felizmente, a
nossa população - quando eu digo “nossa”, é a de todo o mundo - vive mais e com
melhor qualidade de vida. Mas há um paradoxo: nunca se produziu tanto grão
neste mundo e, ao mesmo tempo, nunca houve tanta população passando fome. Essa
população que vive cada vez mais também tem tempo livre, e ela está aprendendo
a utilizá-lo e a fazer com que esse tempo livre seja pontificado em qualidade
de vida. Quem não teve oportunidade de fazer parte ou vivenciar grupos de
convivência, por favor, faça-o o quanto antes, pois tenho de certeza que terão
muito a aprender.
O
Município de Porto Alegre, devemos reconhecer, faz um belo trabalho junto à
FESC, junto aos centros comunitários com diversos grupos.
Tenho
a felicidade, na Instituição em que trabalho como Coordenador do Curso de
Educação Física, de ter um grupo, o “Grupo Reviver”, coordenado pela Prof. Vera
Campos, que faz um trabalho brilhante. No mês de novembro esse grupo conseguirá
congregar quase 400 pessoas dos mais diferentes grupos de convivência de nossa
Cidade.
Portanto,
temos que lembrar que o Dia do Idoso é todos os dias. Mas, nessas datas, temos
que agradecer ao idoso o legado que ele tem deixado para todos nós. Porque,
certamente, a sociedade será melhor se cada um de nós, ao fazermos nossa
história, deixarmos a nossa marca. É isso que essas pessoas fazem muito bem, de
uma maneira alegre, criativa, prazerosa e solidária. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a
palavra e cede o seu tempo ao Ver. Cláudio Sebenelo.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: (Saúda os componentes da Mesa.) Srs.
Vereadores, Senhores e Senhoras que nos visitam nesta tarde, que nos dão a
honra de suas presenças.
“Aos
poucos, as mãos vão ficando nodosas”, como falava Mário Quintana ao descrever
as mãos do seu pai, “a pele fica enrugada, amassada, e o olhar, devagarinho,
vai perdendo o brilho”.
O
envelhecimento das artérias e das articulações vão cedendo lugar ao
enternecimento do coração. É o pleno brilho, adquirido pela solidariedade
humana. Apaga-se o velho fogo juvenil, mas passam a ocorrer descobertas.
Eu
vejo em cada idoso o som de um filme chamado: “A descoberta do Paraíso”, com a
música do Vanglis, quando Cristóvão Colombo dizia a seu filho que o mundo era
redondo e que tinha o formato de um ovo, e que ele havia descoberto isso.
Aquilo que era toda a negação da criação - o envelhecimento e a morte,
morte/vida e vida/morte - passa a ser a grande descoberta deste final de
século.
Os
países tornam-se gerontológicos; passa a haver a descoberta não mais dos
continentes, não mais do país, não mais das regiões nem do nosso bairro, mas a
descoberta de individualidades maravilhosas, como a descoberta do velho, a
descoberta do idoso, pois velho não tem mais o tom pejorativo; tem o tom do
afeto e do elogio. O velho pode ser socialmente tão importante e muito mais
importante do que ele mesmo dimensiona.
Ortega
y Gasset, em sua “Rebelião das Massas”, dedica um capítulo ao modismo do jovem
e à alienação do velho: ao jovem é atribuído o esforço, a força física, o
modismo; ao velho, o fora de moda, mas a ele também é atribuída a alma, o
sentimento, a experiência e, principalmente, a compreensão. Indiscutivelmente,
os dois são complementares, não são antagônicos. Da complexidade dessa postura
- velho e jovem - hoje nós associamos, em todos os pontos do mundo, a
importância do jovem, mas também, a importância do idoso. Ao ter palmilhado e
construído o caminho da vida, o velho adquire o direito de ser criança, de
brincar, de fazer ginástica, de passar para a sociedade do lazer, de estimular
a saúde, dando-nos uma lição de combate à anomia e ao incrível senso gregário
de que é tomado, pela necessidade de procurar, pela autoridade profunda da qual
se investe depois de uma certa idade, não sabemos quando, mas existe, o velho
passa a ter um mínimo nível de exigência e um alto nível de doação, não que o
nível de exigência não possa ser maior, mas é que, aos poucos, ao apagar das
luzes de sua vida, ele vê que as luzes não se apagam. Com suas necessidades
dirimidas, a vida com dignidade pode ser a vida do nosso velho, que a sociedade
considerou como um traste, e que hoje requer, impõe e brada ao mundo inteiro
que é fundamental a descoberta do idoso, como os velhos índios que as tribos
descobriam importantes e que, aos poucos, iam-se apagando com um fulgor incrível.
Era o amor pelos mais velhos sentido pelo povo indígena.
Um
dia o velho terá trabalho, lazer e conforto. Um dia teremos a redenção do
velho. Criemos a beleza do velho, a beleza da experiência, da inteligência, da
humanização. A ecologia do velho é feita com somente uma planta: a planta do
amor. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A Sra. Hilda Diogo, Coordenadora do
Grupo de Convivência da Associação Médica do Rio Grande do Sul - AMRIGS, está
com a palavra.
A SRA. HILDA DIOGO: Boa tarde. Quero agradecer, como
Coordenadora do Grupo de Convivência da Associação Médica - AMRIGS, pelo
convite e homenagem que está sendo prestada a nós, idosos, pois, sempre que
possível, participamos dos eventos aos quais somos convidados. Estou aqui como
Coordenadora e também temos mais duas colegas aqui presentes que participam do
grupo. Agradecemos aos Vereadores, a esta Casa por esta grande homenagem. Estou
sensibilizada por estar aqui participando deste evento. Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: A Sra. Lizete Camargo, representante da
Associação das Diplomadas Universitárias do Rio Grande do Sul, está com a
palavra.
A SRA. LIZETE CAMARGO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores,
gostaria de cumprimentar todos os Parlamentares pelo fato de estarmos
celebrando o Dia do Idoso. Considero que quem não homenageia a história da
Casa, e quem a faz é o idoso, esquece e não pode construir um futuro brilhante.
Por isso, agradeço pelo convite que recebemos da Associação dos Diplomados
Universitários do Rio Grande do Sul - ADURGS - para participar desta homenagem,
porque lá prestigiamos e reverenciamos, todos os dias, a história da casa,
porque ela é formada por mulheres universitárias que constróem a história deste
Estado. São mulheres universitárias, de média idade, com renome profissional,
que se dedicam a promoção sócio-cultural da mulher no Rio Grande do Sul. São
verdadeiras parceiras para que a construção deste Estado continue.
Ao
mesmo tempo, coordeno o programa chamado Projeto Sol - A Melhor Idade, na Caixa
de Assistência do Banco do Brasil, sobre o qual trago o testemunho de que esse
projeto visa a promover os aposentados do Banco do Brasil, já que foram muito
bem treinados em suas funções dentro deste Banco, sendo pessoas muito
preparadas, tanto em nível técnico, político, como administrativo, que, ao se
aposentarem, ficam com seus talentos à deriva na sociedade. Por isso, este
Projeto é promovido para que eles possam desenvolver ações em prol dos próprios
funcionários que são quarenta mil, no Brasil, e dez mil, no nosso Estado.
Agradeço
à Direção da Casa por este honroso convite feito a nós, e queremos dizer que
partilhamos dessa ação em homenagem e em referência à história do nosso Estado.
Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: Agradecemos aos convidados por suas
ilustres presenças nesta Sessão de Grande Expediente destinada a homenagear o
Ano Internacional e a Semana Municipal do Idoso; agradecemos à Sra. Ilda Diogo,
Coordenadora do Grupo de Convivência da Associação Médica do Rio Grande do Sul;
à Sra. Lizete Camargo, representante da Associação das Diplomadas
Universitárias do Rio Grande do Sul; aos Senhores Vereadores que se
pronunciaram e ao Vereador proponente desta homenagem, Ver. Adeli Sell.
Estão
suspensos os trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se
os trabalhos às 15h16min.)
O SR. PRESIDENTE (às 15h19min): Estão reabertos os trabalhos. Conforme
já anunciado, está conosco a ilustre Secretária Municipal de Cultura, Sra.
Margarete Moraes, que comparece gentilmente a nossa Casa para fazer a
divulgação do Projeto “Memória dos Bairros” e vai fazer a entrega de material
referente às pesquisas já realizadas na nossa Cidade. Oferecemos a tribuna à
ilustre Secretária para que nos esclareça a respeito desse Projeto.
A SRA. MARGARETE MORAES: Boa tarde a todos. Saudando o Exmo. Ver.
Nereu D’Ávila, Presidente desta Casa, gostaria de agradecer aos demais
Vereadores pela oportunidade que é dada à Secretaria Municipal da Cultura para
divulgar o seu trabalho, e queremos também colaborar na ampliação dos
freqüentadores da biblioteca da Câmara Municipal de Porto Alegre e no sentido
do amor à leitura das diversas histórias que compõem a nossa Porto Alegre.
Esse
trabalho na Secretaria Municipal da Cultura é realizado pelo Centro de Pesquisa
Histórico, que é um Setor da Coordenação da Memória Cultural. Como o próprio
nome diz, Centro de Pesquisa Histórica é um setor que pesquisa, documenta e
organiza as diversas práticas sociais constituidoras da memória coletiva,
transforma essa organização em livros e devolve esse conhecimento à população
de Porto Alegre.
Esse
Projeto é dividido em três subprojetos. Primeiro, eu poderia citar o da memória
das instituições. É o caso de a Secretaria pesquisar algumas instituições, como
o Hospital de Pronto Socorro, a Cia Carris, e, nesse trabalho, se pesquisam as
necessidades, a origem, os desejos, o funcionamento e o que se transformou em
determinada instituição e como essa presta serviço à Cidade hoje. É com muito
orgulho que estamos entregando à biblioteca da Câmara de Vereadores a memória
do Hospital de Pronto Socorro e da Cia Carris.
Um
segundo aspecto desse trabalho do Centro de Pesquisa Histórica é a série de
depoimentos. É um trabalho que se articula com a Coordenação do Livro também em
um outro Projeto que chamamos Outras Vozes. Nada mais justo que tudo isso
aconteça hoje, no Dia do Idoso, dia em que a Secretaria ouve personalidades,
figuras singulares das comunidades que têm uma rica história de vida, que têm
muito a declarar - porque nós temos muito a aprender, também, considerando isso
- e essas pessoas, normalmente, não encontrariam guarida nas editoras do
mercado. Elas não têm esta atração mercadológica, mas têm um depoimento
importante a dar. É o caso do livro Vó Percília, que nós estamos entregando,
hoje, à biblioteca da Câmara de Vereadores.
E
o terceiro aspecto deste Projeto, que eu julgo o mais importante, porque é mais
denso, é mais comprometido com a vida, é o Projeto que nós chamamos Memória dos
Bairros. Memória dos Bairros trabalha nos diversos bairros de Porto Alegre
através de uma metodologia científica, são ouvidas as pessoas que têm
importância naquela região, as pessoas que construíram aquela comunidade, as
pessoas mais antigas, também. E, através do depoimento deste trabalho de
memória oral, cruzamos esses dados com os registros que existem na Câmara de
Vereadores, no Museu Joaquim Felizardo, no Arquivo Histórico, em várias
instituições, e, por meio desse cruzamento de informações, realizamos e editamos
esses livros que nós chamamos Memória dos Bairros. E ele é muito significativo,
porque, com a leitura desses livros, nós podemos conhecer a história daquela
comunidade, seus símbolos, a sua poética, os seus desejos, as suas lutas
sociais.
Quando
essa publicação está pronta, a Secretaria da Cultura combina com a comunidade e
realiza uma grande festa comunitária. Nesta festa, as pessoas que organizaram e
que participaram disso fazem uma quermesse, vendem os seus produtos, o seu
artesanato, a sua comida. Os talentos daquela região que, geralmente, são da
área da música, se apresentam nesse dia. E, nesse dia, também, que é um dia de
festa de determinada comunidade, nós realizamos uma amostra fotográfica de
todas as pessoas que deram o seu depoimento e de todos os espaços e lugares que
são importantes e que têm significado para determinada região de Porto Alegre.
Às vezes, nos causa surpresa, uma árvore é mais importante do que um outro
espaço.
Esse
é o Projeto Memória dos Bairros e, nesse momento que, para a Secretaria
Municipal da Cultura, é tão importante, porque estamos realizando uma outra
parceria com a Câmara de Vereadores, quero fazer uma homenagem, muito sincera e
respeitosa, a uma pessoa, a Profa. Marion Kruse Nunes, que é funcionária do
município de Porto Alegre, que foi a construtora do Centro de Pesquisa
Histórico, em Porto Alegre e que, com muito afinco e muito esforço, conseguiu
este sucesso e este projeto, que hoje é consolidado na vida da nossa
Secretaria. Gostaria de citar toda a série que já foi editada pela SMC: temos
da Restinga, que já está na segunda edição, da Vila IAPI, da Vila Nova, também
na segunda edição, Grande Santa Rosa, Grande Glória, Belém Velho, Arquipélago,
Morro Santana, Bom Jesus. Agora, estamos entregando a cada Vereador desta Casa
um exemplar da Chácara da Fumaça.
É
esse o objetivo que nos traz à Câmara de Vereadores, hoje, a apresentação desse
Projeto. Contamos com os Vereadores para a divulgação desse trabalho. A nossa
Secretaria está à disposição da Câmara Municipal e de todas as pessoas para
ouvir críticas, ouvir sugestões e idéias novas que possam se apresentar ao
Centro de Pesquisas Históricas. Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
(É
feita a entrega dos livros ao Sr. Presidente.)
O SR. PRESIDENTE: Conforme a Secretária Margarete Moraes
explicou da tribuna, a Câmara de Vereadores acaba de receber para a sua
biblioteca, neste Projeto Memória dos Bairros, uma constelação de trabalhos a
respeito de diversos Bairros. Aqui estão os livros, vamos, depois, repassá-los
a nossa biblioteca. O livro, como dizia o poeta, cai na alma, e é um prazer
para a Câmara receber a ilustre Secretária Margarete, porque é necessário e
importante.
Agora
mesmo eu estava dando uma lida neste do Morro Santana e já havíamos ouvido
sobre aquela famosa casa branca, na confluência da Av. Antônio de Carvalho com
a Av. Protásio Alves, que serviu como uma casa política, onde se reuniam os
revolucionários de 1835, depois Júlio de Castilhos. Enfim, existem locais em
Porto Alegre, que são verdadeiros marcos históricos e nós temos que
resgatá-los.
Nós,
Vereadores, de certa maneira, temos que conhecer os fatos históricos da Cidade,
locais, referenciais, monumentos para podermos reproduzir à nossa população
que, no corre-corre da vida, muitas vezes, não tem tempo para ler e nós somos
seus transmissores.
Portanto,
considero muito importante para a biblioteca da Câmara de Porto Alegre este
conjunto da história dos nossos Bairros. Parabenizo a senhora que, certamente,
muito estudou e pesquisou para a consecução deste trabalho e à equipe que
também está aqui. Nossos parabéns a vocês. Nós sabemos que ninguém faz nada
sozinho.(Palmas.)
Temos
certeza de que cidade sem história, não é uma cidade que se preze. (Palmas.)
O SR. JUAREZ PINHEIRO: Quero fazer um registro muito breve,
fazendo coro às palavras da Secretária e, parabenizando-a quero fazer um
registro de que a funcionária Marion Kruse, talvez, hoje, realize um de seus
últimos atos como funcionária pública municipal, porque está-se aposentando. É
essa funcionária dedicada, com mais de 30 anos de serviço ao Município, junto
com sua equipe, quem constituiu esse Projeto Memória dos Bairros.
Homenageando
à professora Marion, nós homenageamos toda a equipe e desejamos a ela, que
agora se aposenta, sucesso na sua vida pessoal. Muito obrigado. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE: Eu diria, Ver. Juarez Pinheiro, como foi
falado aqui há pouco, em uma Sessão da Semana Municipal do Idoso e no Dia
Internacional do Idoso, que aposentadoria não seja sinônimo de parar de produzir.
Portanto, desejamos que equipes como essa, liderada pela Sra. Marion, continuem
colaborando com a cultura da Cidade nos aspectos de serviço que tão bem tem
prestado até hoje. Endossamos a homenagem do Ver. Juarez Pinheiro para que ela
seja, também, da Casa por todo o trabalho prestado, já que Vossa Senhoria se
aposentará. Mas, repito, que a aposentadoria não seja sinônimo de parar de
produzir; certamente que não.
Agradecemos
em nome de todos os Vereadores e suspendemos os trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se
os trabalhos às 15h31min.)
O SR. PRESIDENTE (às 15h34min): Estão reabertos os trabalhos. O Ver.
Renato Guimarães está com a palavra, ainda, em Grande Expediente.
O SR.
RENATO GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, trago um assunto para
debate neste Plenário que, na semana passada, já foi abordado por alguns
Vereadores, que é o problema que o Timor Leste enfrenta depois que foi
construído um processo de plebiscito, de consulta popular, onde a grande
maioria do povo daquele País decidiu pela independência. De lá para cá o que se
vem registrando é um terrível massacre do povo do Timor Leste e o que espanta a
nós todos é que a ONU, em relação ao caso envolvendo o conflito dos sérvios, lá
na região da Iugoslávia, na Europa, envolvendo o povo do Kosovo com os sérvios,
a ONU, de maneira muito rápida e pronta, decidiu por fazer uma intervenção
militar de forma exemplar, fazendo com que a Iugoslávia fosse por mais de um
mês bombardeada de forma a servir como modelo, mostrando que, quando quisesse,
a ONU tinha capacidade de fazer uma intervenção sobre o processo de soberania
de um País, e apontar a partir disso que tipo de regra internacional, que tipo
de regra essa federação chamada “nosso mundo” tem que obedecer. E nós não
vimos, num momento em que um povo também está sendo massacrado, que é a
população de Timor Leste, nós não vimos esta mesma prontidão, não vimos esta
mesma urgência.
Isso
foi aqui registrado na semana passada, agora o que nos estranha, Ver. Cláudio
Sebenelo, é que lendo as reportagens sobre este assunto, a gente estranha que
as Forças Armadas dos Estados Unidos que intervieram junto com as Forças
Britânicas, lá na questão da Iugoslávia, nós não vimos comentários sobre essas
mesmas forças intervierem na região do Timor Leste. Quem está intervindo lá é o
Exército Australiano, o Exército Brasileiro está mandando tropas para lá,
outros Países, que compõem a ONU, estão se propondo a fazer a intervenção lá,
se colocarem à disposição da defesa do povo do Timor Leste. Mas o que se vê em
relação a essa grande potência Internacional, bancada pelo império
norte-americano? Nós não vemos uma palavra em relação á intervenção, há, no
mínimo, alguma sanção de caráter político-econômico em relação a Indonésia, que
todos nós sabemos, é base militar histórica dos norte-americanos. Eu até
acharia, Ver. Elói Guimarães, que esse poderia ser o motivo de por que os
Estados Unidos não intervieram da mesma maneira como lá na Iugoslávia, lá na
Indonésia, por causa dessa relação, obviamente deve ser por causa disso. A
Indonésia é base militar norte-americana de muito tempo.
Aí
a gente vê que esse discurso que os Estados Unidos pregam dentro da ONU, de
que, em alguns casos, tem que intervir sim, porque é na defesa dos direitos
humanos, tem dois lados. Quando é para intervir na Iugoslávia, que não é
parceira dos Estados Unidos, serviu, mas, quando é para intervir na Indonésia,
que tem o seu exército ajudando os paramilitares no Timor Leste, esse discurso
não serve e não serviu.
Nós
estamos fazendo esta denúncia, dizendo que o interesse dos Estados Unidos na
ONU é para determinar onde ele ganha mais para intervir, de forma econômica e
política, não é em defesa dos direitos humanos, porque, se fosse isso, os
Estados Unidos teriam mandato a sua força-tarefa lá para a região da Indonésia,
para o Timor Leste, porque lá estão violando os direitos humanos, aquele povo
está sendo massacrado.
Faço
um outro registro. Hoje, uma matéria da Folha de São Paulo nos espantou, e nós
gostaríamos de trazer para o debate na Casa. A matéria fala sobre o Orçamento
de 2000 da União, do Governo Federal. Os gastos com publicidade crescem 26%,
Ver. Guilherme Barbosa. O que o Governo Federal vai gastar com propaganda é o
mesmo valor que vai gastar com as ações sociais na área de cestas básicas. O
Governo Federal está propondo um aumento dos seus gastos de publicidade para o
ano que vem, que supera os gastos na área social na questão das cestas básicas,
das ajudas do programa Comunidade Solidária. O interessante de destacar nisso é
que um dos principais programas que vai receber recurso de publicidade é o
programa chamado Avança Brasil. Aí eu pergunto: avança para aonde mesmo? Para
aonde estamos avançando? Este ano, o nosso crescimento vai ser 3,8 negativo,
nós estamos crescendo como rabo de cavalo, para baixo. São 3,8 de crescimento
negativo. O Governo vai gastar 97 milhões de publicidade para divulgar o Avança
Brasil. Avança para aonde? Avança para a ampliação de crianças e adolescentes
nas ruas passando fome? Avança cada vez mais no número de pessoas se
aglomerando nas grandes cidades, embaixo das pontes, pela falta de uma política
para a área rural deste País? Para aonde avança, uma vez que o governo vai
gastar quase cem milhões de reais para fazer publicidade?
Esse
registro é importante que se faça, porque este Plenário gosta de fazer um
debate sobre a questão do que se faz na política pública e como se divulga
isso. Eu pergunto: o que um governo que 80% da população brasileira está
dizendo que não serve mais, que é um governo que tem que fazer suas malas e
abandonar o Palácio do Planalto e deixar que um outro governo se estabeleça lá
dentro, o que um governo desses quer fazer de propaganda? Propaganda de uma
fachada? De um “Avança Brasil” para o buraco? Acho importante fazermos esse
questionamento e esse debate aqui. Não há como os Vereadores de Porto Alegre,
da Capital do Rio Grande do Sul, não estarem alerta.
Nós
estamos vivendo a pior crise que este País já enfrentou nesses últimos trinta
anos. O País está afundando numa crise. Vamos repassar para o Fundo Monetário
Internacional noventa bilhões de dólares à título de juros. E o Fundo
Monetário, agora, avisa que vai perdoar os pequenos devedores. Mas do Brasil
ele vai tirar noventa bilhões de dólares! Quem paga isso, Ver. Pedro Américo Leal?
Quem paga isso é a nossa saúde pública, com os nossos hospitais agonizando;
quem paga isso são as universidades públicas, são as escolas públicas.
Portanto, temos que dizer ao Sr. Presidente que ele tem que pegar esse dinheiro
aqui e comprar passagem para ele e o seu Governo e deixar o Palácio do Planalto
à disposição de um projeto político que tenha coerência e que saiba dar rumo,
sim, para este País. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Pedro Américo Leal está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores há um
fato que não pode passar despercebido neste momento. O PT deve estar quieto,
procurando amenizar as ocorrências que estão-se dando em Porto Alegre, mas não
conseguirá. Por quê? Porque acabou de engajar a Brigada Militar, por sua
decisão, porque o PT é Governo, na carceragem da FEBEM. Eu pergunto: mas que
incoerência é esta? Este PT, que bradava, através da Vera. Maria do Rosário e
daquele Deputado Federal que era Presidente da Comissão de Direitos Humanos,
que eu não falo o nome porque ele apresentou uma queixa-crime contra mim depois
de uma discussão em televisão, por isso não digo o nome dele, o que o PT
pretende? Há uma força-tarefa, que agora se destina não mais aos presídios, que
já é irregular, mas se destina à carceragem de menores infratores. Eu pergunto:
onde V. Exas. vão esconder o rosto? O que é que V. Exas. têm a dizer? Nada. Têm
que ficar calados. Por quê? Não me perguntem se eu estou de acordo ou não, é
outra coisa, é outra visão, mas o próprio Secretário Sr. Tarcísio Zimmermann,
que é o Secretário da Cidadania, do Trabalho e da Assistência Social, fez um
apelo veemente, um apelo até apaixonado à Brigada Militar, pois ele se via em
papos-de-aranha.
A
Brigada Militar tem vinte e quatro mil homens só, ou melhor, seis mil homens
só, porque vinte e quatro V. Exas. têm que dividir por quatro, na hora existem
seis mil homens em todo o Estado do Rio Grande. Sabem o que este Cidadão disse?
Que essa força-tarefa de carceragem de jovem vai assegurar a integridade dos
jovens e vai participar na segurança da sociedade. É incrível que através
desses dois argumentos fortes se empregue a Brigada Militar também em
carceragem de adolescentes!
É
preciso que se saiba que o problema do adolescente é grave. Eu já disse, aqui,
digo há nove anos - quando é que o PT vai me ouvir? -: está errado o Estatuto
da Criança e do Adolescente! Vamos modificá-lo para salvar a sociedade
brasileira! A sociedade está sendo atacada pelo crime infanto-juvenil que é
patrocinado pelos adolescentes, pelos jovens bandidos, criminosos. Sr.
Presidente, eles são bandidos, são criminosos! São sete mil bandidos que estão
enclausurados, até agora. São menores infratores, mas não são menores, esses que
praticam o ato infracional, pelo 104 do Estatuto. Aqui está! Decorem, leiam o
art. 104 do Estatuto e V. Exas. vão chegar ao absurdo: para efeitos deste
Estatuto, deve ser considerada a idade do adolescente na prática do fato
criminoso. Quer dizer, o jovem mata com dezessete anos e onze meses e vai
cumprir toda a prisão, que é, na verdade uma internação, não é prisão, porque o
jovem não pratica crime, ele pratica ato infracional - é a terminologia deste
Estatuto - e vai cumprir tudo isso onde? Não pode ir para o presídio! Estão
colocando no presídio, recolhendo o jovem ao presídio. O próprio Judiciário do
Rio Grande do Sul não sabe o que vai fazer! Vamos modificar o Estatuto! Tenham
coragem! O PT, que tanto defende esse Estatuto, tenha a coragem de modificar o
104, do Estatuto, que está errado!
Como
é que V. Exas. podem conceber que um jovem de dezoito anos, que foi pego
praticando um crime, na cidade, vá para a penitenciária e o outro jovem, que
foi detido por um ato infracional, com dezessete anos e pouco vá cumprir toda a
pena, até os vinte e um anos, numa casa de juventude? É o que está dando! Não
me perguntem por que está acontecendo isso. Está acontecendo porque o Estatuto
está errado e tem de ser modificado. Eu estou bradando isso desde julho de 1991,
quando o Presidente Collor assinou esse malfadado Estatuto. (Aparte
anti-regimental.) Não é isso! Eu estou querendo modificar parágrafos errados.
V. Exas. engolem todo o Estatuto como se fosse um breviário, como se fosse uma
hóstia! E não é!
Então,
eu venho apelar a V. Exas. para que voltem ao normal, respirem fundo,
raciocinem. Tem de ser modificado o artigo 104 do Estatuto. V. Exas. não podem
insistir. O que é que estão fazendo com os jovens? Estão colocando-os no
presídio, e não pode! O Poder Judiciário está deferindo.
Vereador
Nereu D’Ávila, V. Exa. que é advogado, e que preside a Sessão, entendeu
perfeitamente. Nós temos que modificar isso!
Eu
sei que o tempo é precioso quando um orador está incomodando na tribuna. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A Vera. Sônia Santos é a próxima inscrita
no período de Grande Expediente e cede seu tempo para o Vereador Elói
Guimarães. O Vereador Elói Guimarães está com a palavra no período de Grande
Expediente.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, o
Vereador Pedro Américo Leal afastou-me de uma análise que eu pretendia fazer
das questões do desemprego, das questões estruturais e conjunturais. Vou-me
ater ao tema da Brigada Militar fazendo a segurança na FEBEM.
Seria
muito fácil, aqui, fazerem-se discursos descomprometidos. Aliás, usou-se muito
isso, e o Partido dos Trabalhadores é vezeiro em fazer discursos
descomprometidos com a realidade da governabilidade. Eu penso, Ver. Pedro
Américo Leal, que, para o Governo do Estado, para a autoridade estadual não
restava outra alternativa. Eu não quero defender, vejam bem, o aparato militar
na área infanto-juvenil, mas parece-me, dado um conjunto de informações, que
não restava outra alternativa ao Governo do Estado senão colocar a Brigada
Militar no papel que ela está passando a desempenhar. Até porque, Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, é preciso que se resgate alguma coisa; afinal, a
Brigada Militar é uma grande instituição, a Brigada Militar presta papéis
relevantíssimos ao Rio Grande do Sul. Só porque a Brigada Militar tem o aparato
militar, pode-se estabelecer, sobre ela, uma espécie de segregação? Parece-me
que não! Parece-me que não, Sr. Presidente, Srs. Vereadores! Eu penso que a
autoridade estadual - o Governador, o Secretário do Trabalho, a cuja Secretaria
está afeta a FEBEM - não teve outra alternativa. O Secretário disse muito bem:
“É na defesa da sociedade.”
Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, nós precisamos começar a discutir, aqui, a questão
da desmistificação do discurso. É muito simples, é muito fácil ser oposição e
dizer que tudo está errado, como faz o PT, que é pós-graduado nisso. Nós
sabemos disso; eu não estou inventando; eu não estou fazendo crítica; eu estou
fazendo registro; eu estou fazendo uma constatação. Se o Governador fosse
outro, nós ouviríamos, aqui, esbravejamentos: “Onde é que já se viu colocar a
Brigada na FEBEM?” Mas, Ver. Pedro Américo Leal, não é pelo discurso
descomprometido que nós vamos deixar de apoiar uma atitude de governo, a quem,
na minha opinião, vejam bem, não restava outra alternativa. Estamos diante de
uma situação extremamente tensa que se operou naquela área, e medidas tinham
que ser tomadas. Ou vão ficar com o discurso que faziam? Não podem,
evidentemente; tinham que tomar providências. Agora, se há um desarranjo entre
o discurso e a realidade, se há um desarranjo entre o discurso e a
governabilidade, o problema não é meu. Porque seria muito fácil chegar na
tribuna e “cair de pau” em cima da decisão do Governador.
Respeito
opinião em contrário, mas para mim não tinha outra alternativa: tinha que tomar
essa decisão na defesa da sociedade.
O Sr. Pedro Américo Leal: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Disse, em certo trecho: não me perguntem a opinião; sou favorável,
como fui quando o Governo Britto engajou a Brigada Militar na carceragem dos
presídios. Mas o problema não é esse: é que esse mesmo Governo que criticava,
duramente, na oposição, o Governo Britto, agora está calado, não diz nada, está
indo além, está empregando a Brigada em carceragem de adolescentes. É muito
grave!
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Agradeço a V. Exa., incorporo seu aparte
na minha manifestação, mas quero deixar o meu depoimento.
A
partir de uma série de transparências que a Casa passou a ter, parte da
sociedade nos acompanha e quer ver a nossa coerência, quer conhecer o nosso
pensamento. E o meu pensamento sobre a decisão do Governo nessa questão é
favorável.
O Sr. Adeli Sell: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Sugiro fazermos um grande debate sobre esse tema, de todas as
forças políticas comprometidas a partir da Comissão de Direitos Humanos, sem
passionalismos políticos.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sou grato. Então, é o discurso comprometido, com responsabilidades nos mais
diferentes campos, não resta outra saída ao homem político, aos partidos
políticos: um discurso sério, um discurso comprometido, porque, do contrário,
em nome de um discurso, poderemos inviabilizar o Estado, porque é pública e
notória a pregação do PT. Isso é público. Que pregação fazia o PT? Seja o
Governo Municipal como no Estadual? “Está tudo errado. Há que se repensar
isso.” Eu não sou conselheiro de ninguém, absolutamente não, mas essa
contradição está aflorando em todos os setores da sociedade, porque, na minha opinião,
o discurso deixava a desejar em termos de se fazer uma ação concertada
tecnicamente do ponto de vista da governabilidade. Agora dão-se os paradoxos,
Ver. Pedro Américo Leal, de como se sustentam os discursos que se faziam diante
da realidade concreta, objetiva, palpável, que é a intervenção da Brigada
Militar na FEBEM, que eu coloco como medida acertada de acordo com a minha
análise, baseada em documentos. Não é pelo discurso que fazíamos que vamos
admitir que essa medida não seja tomada, porque a coisa é muito grave.
A Sra. Helena Bonumá: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) A situação é extremamente complexa, e não há contradição entre o
discurso e a prática. Na realidade, nós estamos com seis meses de Governo, e
estamos tratando a questão das crianças e dos adolescentes da FEBEM com
critérios diferenciados. Não pode ser comparada a governos anteriores, quando
tivemos até mortes de adolescentes dentro da FEBEM; a situação agora é
diferente. A Brigada Militar está lá não para reprimir ou para bater nas
crianças, mas para a segurança da situação. Os critérios são diferenciados, e
não é em meio ano de Governo que se altera uma situação que é estrutural no
nosso País, de miséria social, onde o setor de crianças e adolescentes é o mais
vulnerável.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: O único contraponto que faço ao aparte
de V. Exa. é dizendo que a Brigada Militar atual é a mesma Brigada Militar de
ontem. É preciso ter alguma humildade e procurar, dentro do possível, concertar
o discurso com a governabilidade, porque, do contrário, poderemos entrar numa
situação extremamente desestabilizante.
Fica,
portanto, a minha opinião de entender que o Secretário não tinha outra
alternativa senão fazer isso. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A Vera. Tereza Franco cede seu tempo ao
Ver. Luiz Braz, que está com a palavra em Grande Expediente.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, ouvindo
o discurso do Ver. Elói Guimarães, ouvi a afirmação que V. Exa. fez, dizendo
que a Brigada Militar de ontem é a mesma de hoje. E vou-me permitir discordar.
A Brigada Militar deveria ser a mesma porque, afinal de contas, é a Brigada
Militar do Rio Grande do Sul. Mas se V. Exa. tivesse ouvido o mesmo discurso
que eu ouvi, quando o atual Comandante da Brigada Militar assumiu o comando,
quando o PT assumiu o comando da Brigada Militar, eu tenho certeza absoluta de
que não faria mais essa afirmativa, porque o Coronel Ludwig chamou os
representantes Petistas como colegas normais de um partido político. E V. Exa.
sabe que dentro da Brigada Militar não pode haver - ou não poderia haver, no
passado não havia - esse tal de partidarismo. A Brigada Militar deveria ser de
toda a sociedade, mas hoje não é mais.
Não
sei se V. Exa. fez a visita que alguns Vereadores fizeram à FEBEM, no projeto
do antigo Governo. Lá vimos que havia uma preocupação em cumprir o Estatuto da
Criança e do Adolescente. Começava-se a construir casas para abrigar aqueles
adolescentes ligados à criminalidade, aqueles adolescentes com problemas
maiores, que seriam divididos em dez casas, com quarenta adolescentes em cada
uma. Inclusive, fomos na inauguração de uma dessas casas, que oferecia para
esses adolescentes, Ver. Elói Guimarães, não aquilo que está sendo oferecido
agora, que é simplesmente um depósito de adolescentes. Agora sim é um depósito
de adolescentes. Não é culpa, única e exclusiva deste Governo, quero
reconhecer: é culpa, sim, de maus governos, da más administrações nesse campo,
mas tenho que reconhecer, também, que, na administração passada, começava-se
uma idéia para recuperar esses menores. E se queria fazer com que apenas
quarenta desses adolescentes considerados perigosos pudessem conviver dentro de
uma casa e ali receber educação, ensino, tratamento na área esportiva, tratamento
na área psicológica. Toda uma casa estava montada exatamente para isso.
O
que aconteceu com o Governo Petista? O Governo Petista quando assumiu fez o que
fez em todas as áreas: simplesmente parou esses projetos, porque para o PT o
mundo começa a partir do momento em que ele assume essas administrações. Ele
não quer, de forma alguma, verificar os acertos do passado. Ele quer começar o
seu projeto, e parou com tudo que estava sendo feito, e quis começar tudo de
novo. E aí, tivemos aquelas rebeliões todas dentro da FEBEM, tivemos mortes, e
não vieram mais com aquela veemência, como vinham os Vereadores do PT protestar
contra essas mortes dentro da FEBEM por causa das más administrações. Mas,
exatamente, tudo isso aconteceu porque esses projetos foram paralisados.
E
se não bastasse isso, vamos ver que não apenas esses projetos na área da FEBEM
foram paralisados. Se V. Exa. perceber, na área da educação todos aqueles
projetos que estavam sendo gestados pela administração passada foram
esquecidos, abandonados. Todas as muitas horas que aqueles professores do
passado tiveram em aprendizado para poder colocar em prática uma nova ação para
recuperação dessas crianças que aprendem muito mal na rede pública estadual,
tudo isso foi paralisado para se começar um novo mundo a partir da
Administração do PT.
Enquanto
os homens públicos, os administradores pensarem assim, nada vai dar certo,
porque cada um pensa que é um super-homem que vai conseguir resolver tudo,
assim como pensam os Petistas, aqui, desta Casa, e aqui, neste Município, e
aqui no Estado do Rio Grande do Sul.
O Sr. Adeli Sell: V. Exa. me permite um aparte?
(Assentimento do orador.)
Em
primeiro lugar, V. Exa. me desculpe, mas ninguém, absolutamente ninguém é
super-homem ou supermulher. Eu só lhe pergunto: V. Exa. concorda com um debate
sem passionalismos sobre essa difícil questão?
O SR. LUIZ BRAZ: Eu penso que nós temos obrigação de
estarmos debatendo constantemente. Acredito que quem foge a esse tipo de debate
não somos nós; aliás, nós estamos sempre prontos para o debate. Eu gostaria,
por favor, que me expliquem por que o Projeto que estava sendo realizado dentro
da FEBEM foi paralisado. Por que os muitos projetos da área da educação foram
completamente colocados de lado? Por que se teve que começar tudo do ponto
zero? Quem perdeu com isso, quem, na verdade, está sentindo o prejuízo com tudo
isso é a nossa sociedade, não apenas aqui, em Porto Alegre, como em todo o Rio
Grande do Sul.
Ver.
Adeli Sell, V. Exa. tem razão: é extremamente benéfico que nós possamos
realmente ter um grande debate. V. Exa., que é um homem preocupado com as áreas
centrais da Cidade - sei que V. Exa. tem várias ações propostas para as áreas
centrais da Cidade - sabe muito bem que nós, os Vereadores desta Cidade,
precisamos enfrentar os problemas que acontecem, por exemplo, no ponto mais
central de nossa Cidade, ali, no Largo Glênio Peres, onde encontramos muitos
menores acobertados por uma prática dessa Administração, que acabam fazendo com
que a população corra mais perigo do que deveria correr.
É
hora de um grande debate. O que vamos fazer de prático para que essas coisas
possam acabar? O que vamos fazer de prático para que o Estatuto da Criança e do
Adolescente possa ser obedecido? Quais são as grandes saídas para que possamos
ter realmente o menor não tratado como um criminoso comum, mas que tenhamos
políticas suficientes que o levem para uma reeducação que o coloque numa trilha
onde ele possa ter algum sonho, alguma esperança. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Antônio Losada está com a palavra,
em Grande Expediente.
O SR. ANTÔNIO LOSADA: Senhor Presidente e Srs. Vereadores,
queremos fazer um comentário, no Ano Internacional do Idoso, sobre a política
levada pelo Governo Federal com relação aos idosos neste País, política de
discriminação social, que vem achatando os baixíssimos vencimentos dos
pensionistas e aposentados da Previdência Social, política que visa, cada vez
mais, introduzir descontos ainda elevadíssimos, percentuais elevados em cima
dos baixíssimos vencimentos dos aposentados deste País. Os aposentados não têm
mais recursos para ter uma vida digna, uma alimentação saudável, para adquirir
os medicamentos tão necessários para a faixa de idade acima dos sessenta anos.
As leis, com as quais o Governo Federal se preocupa, através de medidas
provisórias, através de emendas constitucionais, cada vez mais reduzem os
vencimentos dessa faixa etária que sofre tanto neste País.
Em
relação ao nosso Projeto do Código de Barras, que visa à obrigatoriedade da
colocação de preços em reais em todas as mercadorias e produtos comercializados
em supermercados. Já tivemos algumas medidas do Ministério da Justiça punindo
algumas redes de supermercados, flagrados alterando os preços de gôndola, já
que o código de barras é um segredo entre o código e o dono do supermercado.
Portanto, o Projeto visa à obrigatoriedade da colocação de preços em reais em
todos os produtos, para que se tenha um respeito maior com os consumidores. Os
preços colocados em gôndolas são em miniaturas, as leitoras óticas são
insuficientes, e a cultura do nosso consumidor não é a de examinar, a todo
instante, os processos informatizados.
Mas,
por fim, um comentário sobre os acontecimentos na FEBEM. Lamentavelmente,
nenhum dos oradores que me antecederam olharam para a vergonha que acontece em
São Paulo. A política levada pela nossa Administração na FEBEM é uma política
que busca a recuperação efetiva do menor. Busca uma interação de cada menor que
ali se encontra, uma ajuda com a comunidade, já que só através do apoio da
comunidade será possível a recuperação efetiva desses menores. Os fatos
ocorridos recentemente na FEBEM com a intervenção emergencial da nossa Brigada
Militar são fatos isolados que não fazem parte da política estratégica traçada
pelo nosso Governo. Sabemos a origem desses fatos e dessa situação dos menores.
Não podemos escamotear isso, não podemo-nos aproveitar dos meios de
comunicação, do nosso canal, para omitir as verdadeiras causas dessa situação.
As verdadeiras causas dessa situação estão no modelo econômico, no modelo
social, na natureza discriminatória que esse modelo exerce sobre as minorias,
sobre os trabalhadores, sobre os excluídos desse País, não só dos menores, como
dos idosos, como dos trabalhadores. Esse modelo econômico cruel, da
responsabilidade de um Governo Central que corta verbas de assistência social,
de asilos e da própria FEBEM. É aí que temos que dirigir a nossa crítica, que
só o Governo Central é capaz de determinar que se oriente de uma forma
diferenciada. Não podemos ficar só no problema dos menores; os próprios presos
comuns, que são em torno de mais de duzentos mil em nosso País, sem dúvida, são
tratados como animais.
O
ECA - Estatuto da Criança e do Adolescente foi uma grande conquista da
sociedade brasileira na luta da democratização e pelo respeito à criança. Porto
Alegre foi uma das primeiras capitais a aplicar o ECA. Temos certeza de que
estamos levando uma política para recuperar e possibilitar uma nova vida a
essas crianças tão discriminadas. Para isso, estamos examinando, caso a caso,
cada criança recolhida a essas casas. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Juarez Pinheiro): A Vera. Clênia Maranhão está com a
palavra para Comunicação de Líder.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores,
considerei importante usar este tempo do meu Partido, o PMDB, porque nesta
tribuna se travava um debate, um dos motivos de absoluta insegurança numa
instituição, que acompanhamos, enquanto Vereadores: a FEBEM.
Temos
que tratar esta questão com absoluta seriedade. A situação da FEBEM, hoje, é
extremamente grave, e se nos restringirmos a repetir, incessantemente, que há
uma crise nacional, que a situação é grave no País, que há outras FEBEMs com
problemas, não daremos a nossa contribuição de Vereador da Capital deste Estado
para a solução da crise da FEBEM, que já se aguçou há mais de três semanas, e
que, inclusive, já levou à morte de um funcionário público, um monitor daquela
casa. Longe de mim querer repetir, aqui, o comportamento, que era muito usual,
do Ver. Renato Guimarães, no Governo passado, quando havia uma crise na FEBEM,
que ocupava, incessantemente, esta tribuna, que ia até o prédio da instituição,
que tentava entrar no prédio. Longe de mim querer tomar a atitude de
responsabilizar criminalmente, como tentaram fazer com a ex-Presidenta da
instituição, Maria Josephina Becker, uma mulher que tem uma longa história na
defesa da criança e do adolescente, quando havia uma crise na FEBEM. Porém,
penso que é fundamental que a Comissão de Direitos Humanos desta Casa - queria
fazer esta sugestão ao Presidente da nossa Comissão, Ver. Hélio Corbellini,
talvez outros Vereadores já o tenham feito - tome para si a responsabilidade de
fazer um debate nesta Casa sobre a crise da FEBEM, antes que outros
funcionários sejam mortos e antes que piorem as condições dos adolescentes que
lá se encontram.
Estamos
extremamente preocupados, a Presidenta da FEBEM declarou que a Brigada Militar
ficará lá por tempo indeterminado. Foi dada a responsabilidade pela direção,
pela disciplina e pela segurança dos adolescentes daquela Casa, medidas que
eram condenadas veementemente pelo Governo atual e foi um dos argumentos
usados, do ponto de vista político-eleitoral, com uma freqüência enorme, em
relação ao Governo passado. A nossa responsabilidade não é fazer aqui um debate
eleitoral, partidário, ideológico sobre essa questão.
O
ECA - Estatuto da Criança e do Adolescente - não está sendo implantado na
FEBEM, não está, Ver. Antônio Losada, por mais que V. Exa. defenda,
teoricamente, que está. Na prática, não está. Essa é uma Legislação que todos
ajudamos a construir. A nossa responsabilidade, a nossa obrigação, enquanto
Vereadores, é dar essa contribuição para o encaminhamento diferenciado do que
está naquela Casa hoje, porque os monitores estão afastados, não se sabe que
política de defesa das crianças será implantada, há um clima de insegurança, de
incerteza, numa Instituição que é localizada neste Município, uma Instituição
que sempre contou com um debate teórico, com a busca de contribuição dos
Vereadores de Porto Alegre.
É
uma situação urgente que, enquanto Vereadores, temos que nos pronunciar. Pelo
amor de Deus, vamos parar com esse discurso geral de defesa de uma coisa que,
na prática, não está acontecendo. Se os Vereadores vão insistir num discurso de
fazer crítica ao Governo Federal, ao FMI, cada vez que discutimos uma política
para a FEBEM e uma incapacidade administrativa de gerir um órgão extremamente
sensível, me desculpem, mas não estamos contribuindo em nada para a solução do
conflito interno daquela Instituição.
Para
concluir, Sr. Presidente, há uma crise grave nas FEBEMs; há crises graves no
Brasil. Mas tem uma questão específica de descumprimento do ECA e tem uma
posição clara de vários Vereadores que não querem fazer com que esta Casa
assuma a sua responsabilidade de contribuir para a solução da grave situação
que a FEBEM vive hoje. Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: Saudamos a presença, nas galerias, da
Associação dos Servidores do Grupo Hospitalar Conceição, que vêm trazer aos
Vereadores desta Casa questões relativas a retirada de direitos dos
trabalhadores desse Grupo Hospitalar. Está presente o Presidente Arlindo
Ritter.
O
Ver. Hélio Corbellini está com a palavra em Comunicação de Líder.
O SR. HÉLIO CORBELLINI: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, vou
falar não só como Líder do PSB, pois tenho certeza de que a nossa Bancada vai
endossar o que vou dizer. A respeito dessa questão que a Vera. Clênia Maranhão
estava falando, questão que o Ver. Pedro Amércio Leal sempre traz, quero dizer,
Vera. Clênia Maranhão, que nos preocupa sobremaneira a situação da FEBEM. No
primeiro motim, nós estivemos lá como Presidente da Comissão de Direitos
Humanos, como fomos todas as vezes no governo anterior. Desta vez, percebi que
algumas coisas não avançaram. Aquilo que eu dizia, no passado, continuo
dizendo: a FEBEM é uma instituição falida, tem que passar uma patrola em cima
dela, tem que acabar com aqueles prédios para que surja um novo modelo dentro
daquilo que o ECA preconiza, porque apesar de opiniões contraditórias, o
Estatuto é a melhor legislação que já surgiu neste País sobre a criança e o
adolescente.
Só
queria comunicar a este Plenário que, conversando com alguns Vereadores da
Comissão, decidimos fazer uma audiência pública em nome da Comissão de Direitos
Humanos para discutir a questão da FEBEM, a questão dos motins, e ver como
poderemos, neste sentido, contribuir para que não mais aconteça o que está acontecendo.
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Isaac Ainhorn para
uma Comunicação de Líder.
O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. A
questão que nos traz a esta tribuna é o veto firmado pelo Sr. Prefeito
Municipal, ilustre Prefeito desta Cidade, Raul Pont, que vetou, na sua
integralidade, o nosso Projeto que determina a abertura dos portões do Mercado
Público aos domingos. Nós pretendemos, primeiramente, dizer e reafirmar aqui o
nosso propósito de resgatar uma tradição centenária daquele Mercado, de
abertura do mesmo aos domingos. Queremos também registrar, em nossa
manifestação da tribuna desta Casa, que este Projeto foi aprovado por
unanimidade, teve Parecer favorável do Vereador da Bancada Petista, Adeli Sell,
sua constitucionalidade foi reconhecida e afirmada pela Comissão de
Constituição de Justiça desta Casa, cujos integrantes, dentre outros
Vereadores, são os Vereadores Petistas: Guilherme Barbosa, João Motta e Cyro
Martini, que votaram favoravelmente, dizendo que o Projeto de Lei de autoria do
Ver. Isaac Ainhorn, que estabelece, que determina a abertura do Mercado Público
aos domingos, é constitucional.
Causa-nos
espécie, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, que na contramão do avanço do turismo
na Cidade de Porto Alegre, o Sr. Prefeito Municipal vete um Projeto simples,
mas que é uma contribuição deste Vereador, desta Casa, ao desenvolvimento do
turismo na Cidade de Porto Alegre. É verdade que para a abertura do Mercado
Público aos domingos há que se deslocar elementos da Guarda Municipal para
aquele próprio, não precisará novas contratações, trata-se apenas de deslocar
um número determinado de guardas municipais para o Mercado Público Municipal. A
sua iluminação e limpeza fazem parte das despesas quotidianas de um próprio
como aquele. Se não pudermos fazer um Projeto dessa natureza, Ver. Juarez
Pinheiro, em que pequenas despesas são geradas, como a luz, a limpeza e a
guarda por parte da Guarda Municipal, nós nos encontramos de mãos atadas e mais
atadas do que no período do autoritarismo, de 1964 a 1984; nós nos encontramos
com as mãos atadas e sem a possibilidade de fazer qualquer Projeto nesta Casa,
porque até a designação de um nome de rua, Ver. Elói Guimarães, enseja despesa,
conquanto a autoridade pública deverá, em nível do Executivo, determinar a
confecção de placas para aquele logradouro. Trilhar pela linha da
inconstitucionalidade, num Projeto que simplesmente determina a abertura do
Mercado Público aos domingos, é encontrar-se, indiscutivelmente, numa posição
de contramão da história do desenvolvimento do turismo nesta Cidade.
Eu
não poderei atribuir ao Prefeito má vontade, porque o Vereador, autor do
Projeto, não é um Vereador que reze pela sua cartilha ou de oposição, o
Vereador é democrata e tão democrata que, no dia de ontem, suportou o
bombardeio e as metralhadoras giratórias do setor minoritário e inconseqüente
do PT na Cidade de Porto Alegre, suportou ainda que não tão pacientemente,
porque manifestava a sua inconformidade em alguns gestos, mas democraticamente
suportou as críticas do segmento light
do PT, expresso pelo Ver. José Valdir e pelo Ver. Adeli Sell, onde, de forma
democrática, instrumentalizou a democracia interna do PT, o que nós saudamos e
vemos com bons olhos.
Portanto,
Vereadora, a prática de um desenvolvimento ao turismo na Cidade de Porto Alegre
impõe a derrubada do Veto do Prefeito Raul Pont ao Projeto que determina a
abertura dos portões do Mercado Público aos domingos pela manhã. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nereu D'Ávila) Havendo quórum, passamos à
ORDEM DO DIA
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, inadvertidamente, quando
se fez a chamada e a votação da Ata, eu não tinha presente que ia começar a
Ordem do Dia, então, no momento, em que pedi Comunicação de Líder foi feita a
chamada. O painel nunca funciona e quando funciona é contra mim. Eu solicito
tempo para uma Comunicação de Líder.
O SR. PRESIDENTE: Vereador, desta vez vou ter de indeferir
para V. Exa. e até para outras Bancadas porque fica impossível regredir. De
qualquer maneira, fica uma advertência que V. Exa. faz indiretamente.
Foi
aprovado um Requerimento para que hoje entrássemos mais cedo na votação do
Plano Diretor, porque sexta-feira já é primeiro de outubro e todos estamos
ansiosos para ultimar a votação dessa matéria. Portanto, sempre que for
possível entrarmos mais cedo na Ordem do Dia, será melhor, para cumprirmos e
encerrarmos o Plano Diretor no máximo na primeira quinzena de outubro. De minha
parte, estou resoluto que terminemos o mais breve possível essa votação.
Hoje,
Srs. Vereadores, V. Exas. têm em mãos a Terceira Parte do Plano Diretor.
Iniciaremos pelo artigo 96, referente à Emenda nº 82, de autoria do Vereador
Eliseu Sabino, destacada pelo Vereador Guilherme Barbosa e outros. Esta Emenda
nº 82 inclui o parágrafo 5º ao artigo 96, dizendo o seguinte: “Parágrafo 5º: o
Poder Executivo fará constar no documento inicial do processo de edificações e
parcelamento do solo, as áreas sujeitas às limitações administrativas, bem como
os condicionantes constantes dos parágrafos anteriores, quando os imóveis,
objetos de licenciamento, forem total ou parcialmente atingidos por qualquer
limitação. A Justificativa diz que o cidadão que pretende edificar no
território do Município deve ter conhecimento antecipado das limitações a que
seu imóvel está sujeito, até para que o relacionamento entre ele e o poder
público seja claro, evitando, com isso, possíveis inconvenientes.” Essa foi a
Justificativa do Vereador Eliseu Sabino.
Esta
Emenda de nº 82 foi destacada pelo Vereador Guilherme Barbosa e outros.
O SR. GUILHERME BARBOSA (Requerimento): Sr. Presidente, eu solicito a V. Exa. que
verifique a possibilidade de a nossa assessoria técnica poder sentar ao nosso
lado, já que é um período longo e que estamos precisando sempre de assessoria.
E que se estendesse essa ajuda a todas as Bancadas.
O SR. PRESIDENTE: Eu vou deferir o pedido de V. Exa.,
porque a atipicidade e a densidade técnica do Plano Diretor inspira esses
cuidados. Isso se estende a todas as Bancadas que desejarem que os seus
competentes auxiliares técnicos do Plano Diretor permaneçam ao seu lado,
discretamente, apenas para informar o que cada Emenda significa técnica ou
politicamente.
VOTAÇÃO
(encaminhamento
dos Destaques: autor do destaque e autor da proposição - sendo o mesmo autor,
encaminhamento único - 02 Vereadores contrários/02 Vereadores favoráveis/05
minutos/sem aparte)
PROC.
3442/97 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 010/97,
que dispõe sobre o desenvolvimento urbano no Município de Porto Alegre,
institui o 2º Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental de Porto Alegre
e dá outras providências.
Com Mensagem Retificativa nº 01 e Mensagem Retificativa nº 02, com Subemendas nº 01 às seguintes alterações: 1ª, 3ª, 4ª, 10ª, 35ª, 49ª, 52ª, 56ª, 58ª e 59ª; e nº 02 à alteração: 3ª; Emendas ao Projeto: nºs 01 a 06; 07, com Subemenda nº 01; 14 e 15; 16, com Subemenda nº 01; 17 a 21; 22, com Subemenda nº 01; 24 a 27; 28, com Subemenda nº 01; 29, com Subemenda nº 01; 30, com Subemenda nº 01; 31, com Subemenda nº 01; 32, com Subemenda nº 01; 33 a 37; 38, com Subemendas nºs 01 e 02; 39 e 40; 41, com Subemenda nº 01; 42 e 43; 44, com Subemenda nº 01; 45 a 49; 50, com Subemendas nºs 01 e 02; 51 a 58; 59, com Subemenda nº 01; 60 a 69; 70, com Subemendas nºs 01 e 02; 71, com Subemenda nº 01; 72 a 76; 77, com Subemenda nº 01; 78 a 89; 90, com Subemendas nºs 01 a 04; 91; 92, com Subemendas nºs 01 e 02; 93 e 94; 95, com Subemendas nº 01 e 02; 96 a 98; 99, com Subemendas nºs 01 e 02; 100 a 107; 108, com Subemendas nºs 01 a 03; 109 a 116; 117, com Subemenda nº 01; 118 a 120; 121, com Subemenda nº 01; 122; 123, com Subemenda nº 01; 124 a 141; 142, com Subemenda nº 01; 143 a 148; 149, com Subemendas nºs 01 e 02; 150 a 160; 161, com Subemenda nº 01; 162 a 166; 167, com Subemenda nº 01; 168; 169, com Subemendas nºs 01 e 02; 170, com Subemenda nº 01; 171 a 176; 177, com Subemenda nº 01; 178 a 182; 183, com Subemendas nºs 01 e 02; 184 a 191; 192, com Subemendas nºs 01 e 02; 193, com Subemenda nº 01; 194; 195, com Subemendas nº 01 e 02; 196; 197, com Subemenda nº 01; 198 e 199; 200, com Subemenda nº 01; 201, com Subemenda nº 01; 202; 203, com Subemenda nº 01; 204 a 207; 208, com Subemenda nº 01; 209; 210, com Subemendas nºs 01 e 02; 211 e 212; 213, com Subemendas nºs 01 e 02; 214 a 217; 218, com Subemenda nº 01; 219, com Subemenda nº 01; 220 a 230; 231, com Subemenda nº 01; 232 a 235; 236, com Subemenda nº 01; 237, com Subemendas nºs 01 a 03; 238; 239, com Subemenda nº 01; 240 a 256; 257, com Subemendas nºs 01 a 03; 258 a 265; 266, com Subemenda nº 01; 267, com Subemenda nº 01; 268 e 269; 270, com Subemenda nº 01; 271 a 277; 278, com Subemenda nº 01; 279, com Subemenda nº 01; 280, com Subemenda nº 01; 281, com Subemenda nº 01; 282, com Subemenda nº 01; 283, com Subemenda nº 01; 284, com Subemenda nº 01; 285, com Subemenda nº 01; 286; 287, com Subemenda nº 01; 288 a 290; 291, com Subemenda nº 01; 292; 293, com Subemenda nº 01; 294; 295, com Subemenda nº 01; 296, com Subemenda nº 01; 297, com Subemendas nºs 01 e 02; 298; 299, com Subemenda nº 01; 300 a 304; 305, com Subemenda nº 01; 306; 307, com Subemenda nº 01; 308 a 311; 312, com Subemenda nº 01; 313 a 320; 321, com Subemenda nº 01; 322 a 325; 326, com Subemenda nº 01; 327; 328, com Subemenda nº 01; 329, com Subemendas nºs 01 a 03 ; 330 a 341; 342, com Subemenda nº 01; 343, com Subemenda nº 01; 344; 345, com Subemenda nº 01; 346, com Subemenda nº 01; 347 a 350; 351, com Subemenda nº 01; 352 a 364; 365, com Subemendas nºs 01 a 03; 366; 367 a 372.
Relatórios:
- da Comissão Especial: Relator Sistematizador Ver. Lauro Hagemann: pela
aprovação do Projeto, da Mensagem Retificativa nº 01 e da Mensagem Retificativa
nº 02, com Subemendas; pela aprovação e rejeição das Emendas e Subemendas, ao
Projeto, nos termos dos Pareceres.
Observações:
- para aprovação, voto
favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – Art. 82, § 1º, I, da LOM;
- rito especial
estabelecido pelas Resoluções nºs 1380/98 e 1420/99;
- retiradas as Emendas nºs
08, 09, 10, 11, 12, 13 e 23;
- o Processo está em fase de votação das Emendas destacadas.
O SR. PRESIDENTE: Em votação a Emenda nº 82 de autoria do
Ver. Eliseu Sabino. O Ver. João Motta está com a palavra para encaminhar.
O SR. JOÃO MOTTA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, na
verdade, nós não estamos aqui, ao encaminhar o Destaque a essa Emenda, que já
tinha sido resolvida quando na fase da Comissão recebeu o Parecer pela
rejeição, que ela não seja novamente avaliada pelo Plenário. Nós insistimos na
argumentação de que, naquela oportunidade, foi colocado na Comissão. Se nós
aprovarmos essa Emenda, estaremos, na verdade, interpondo mais um procedimento,
mais uma exigência para quando da liberação da DM, ou seja, o que a Emenda
sugere é que antes de ser definida a DM, o interessado deverá fazer uma série
de levantamentos que estabeleçam precisa e detalhadamente todos os
condicionantes daquela área, ou seja, do terreno, por exemplo: as árvores,
acidentes topográficos. Nós achamos que, com isso, estaríamos espichando
demasiadamente um prazo para liberação desse procedimento e que é um
procedimento que, ao contrário, deve ser agilizado. O fato de haver liberação
da DM, não significa que, na iminência de ser tomado conhecimento da existência
de algum fator, por exemplo, uma árvore centenária, esse processo não possa ser
novamente suscitado pelo interessado, o que nós não podemos é truncar a
liberação desse procedimento, ou seja, da DM.
Por
essas razões, nós achamos que haverá um maior tempo para essas concessões além
de um custo adicional a este Projeto. E não pode ser do interesse do Poder
Público estar causando esse tipo de, digamos, exagero nas liberações desses
procedimentos. Nós achamos, que a preocupação que o Ver. Eliseu Sabino levanta
na Emenda está correta, mas agora, Ver. Eliseu Sabino o que nós ponderamos a V.
Exa. é que todas essas informações que o Executivo deva ter sobre cada área,
sobre cada terreno, nós devemos lutar para que isso ocorra, mas isso não vai
ser garantido através, por exemplo, dessa medida, porque a relação do efeito
colateral dessa medida, ela é de fato um prejuízo para toda a liberação de cada
projeto. Nós podemos cobrar do Poder Público um sistema de atualização dos
dados sobre as áreas através, por exemplo, da atualização cadastral dos
terrenos. Mas nós achamos que essa Emenda sua, ela tem como efeito essa questão
que eu acabei de colocar.
Portanto,
achamos correta a preocupação, V. Exa. tem razão; direito, liberdade é cobrado
do Poder Público, algum tipo de mérito que atualize cadastralmente cada terreno
e área desse Município. Agora, nós fazermos isso através dessa Emenda seria
substituir o método, por exemplo, do geo-processamento. Estou dando -
evidentemente -, apenas um exemplo. Portanto, existem outros mecanismos capazes
de atender a preocupação que V. Exa. está levantando e não através do
estabelecimento dessas série de condições anteriores à liberação da DM; seria
uma limitação administrativa, exagerada, na nossa opinião. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A Vera. Sônia Santos está com a palavra
para encaminhar.
A SRA. SÔNIA SANTOS: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras.
Vereadoras, nós entendemos que é fundamental para a operacionalização deste
Projeto de Lei a integração entre todos os órgãos envolvidos, para que cesse a
peregrinação dos interessados pelo DMAE, pelo DEP, por todas as autarquias, por
todos os órgãos, para conseguir os dados necessários para a liberação de uma
DM.
O
Ver. João Motta falou em questões geográficas, mas a Emenda é bem clara: ela
fala em limitações administrativas. Seria importante que a pessoa que quer
construir numa determinada área pudesse ter informações, sobre, por exemplo:
torres de alta tensão, redes do DMAE, enfim, tudo aquilo que envolve aquela
área, de modo que ela não tivesse de ir a um órgão, e a um outro, e a mais
outro. Seria importante que todas essas informações estivessem contidas num
único documento. Esse documento seria fornecido para que a pessoa, de uma única
vez, tivesse resolvidas e atendidas todas as suas dúvidas, o que ela só
consegue, hoje, peregrinando de órgão a órgão. Do contrário, nós vamos aprovar
um Projeto de Lei, e toda essa sistemática antiga, caduca vai continuar
acontecendo.
É
isto o que almeja o Ver. Eliseu Sabino ao propor essa Emenda: que um único
documento contenha todas as informações administrativas para que uma obra seja
feita num determinado local. Tão-somente isso! É uma Emenda bastante clara, e
nós entendemos ser, ela, importante para que este Projeto venha a ter uma
melhoria. Nós queremos melhorar em tantas coisas a parte de planejamento da
nossa Cidade, visando à Cidade do próximo milênio, e vamos continuar no mesmo
sistema, antigo, de pinga, pinga, pinga, em cada um dos órgãos? Vamos
concentrar, num único documento, todos os dados importantes; isso vai
facilitar, em muito, a vida daqueles que querem fazer a nossa Cidade maior e
mais bonita. Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra para
encaminhar a Emenda nº 82.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu já
fui Secretário de Obras e já vi quantas dificuldades enfrenta o contribuinte
porto-alegrense pela necessidade que tem de determinadas informações. A Emenda
diz: “Na época do computador, quando tudo fica muito fácil”. Realmente tudo
fica muito fácil para quem tem computador, como a Prefeitura hoje tem. Quando
eu fui Secretário de Obras nós não tínhamos essa facilidade; já quando eu fui
Prefeito, nós começamos a informatizar a Prefeitura. Hoje não há por que não
atender o que propõe o Ver. Eliseu Sabino.
Eu
já vi prejuízos sérios acontecerem, porque uma determinada e pequena informação
não foi dada na hora em que se solicitava à DM, ou que se solicitava informações
à Prefeitura. Coloca muito bem, não vai fazer mal para ninguém, só vai fazer
bem. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Guilherme Barbosa,
para encaminhar.
O SR. GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, está
havendo um pouco de confusão no que está sendo proposto, o documento inicial
para que o empreendedor siga adiante na sua iniciativa, é o documento que já
traz uma série de informações que a Vera. Sônia Santos comentou, o documento
inicial traz: “Se existe rede de energia elétrica, rede de água potável, rede
de esgoto cloacal, rede de esgoto pluvial, se existe calçamento ou não.”
O
Ver. Eliseu Sabino através da sua Emenda está exigindo nesse documento inicial,
algumas outras informações, algumas delas, inclusive, que vai obrigar que o
proprietário encaminhe essas informações, por exemplo, alguns condicionantes
ambientais precisariam ter um levantamento topográfico do terreno.
Entendo
o objetivo do Ver. Eliseu Sabino mas, na verdade, essa é uma exigência que vai
terminar funcionando ao contrário, porque vai demorar mais do que, hoje,
demora. E V. Exa. tem razão na tentativa de apressar a informação mais completa
sobre o imóvel. Por isso, a Emenda termina funcionando ao contrário do que de
fato é o objetivo apresentado. Por isso, somos contra a Emenda, pedindo o voto
contra dos Srs. Vereadores. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Eliseu Sabino está com a palavra
para encaminhar.
O SR. ELISEU SABINO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, temos
preocupação com relação a essa Emenda que traz como justificativa: “O cidadão
que pretende edificar no território do Município, deve ter conhecimento
antecipado das limitações a que seu imóvel está sujeito até para que o relacionamento
entre ele e o Poder Público seja claro, evitando com isso possíveis
inconvenientes”, está bem clara, trazendo essas preparações todas para a
realização de uma construção, através de um documento, conforme mencionou o
Ver. Guilherme Barbosa.
Nós
temos o entendimento da morosidade no início do processo, mas, posteriormente,
com a era da informática, tudo isso torna-se fácil e, conseqüentemente, nós
teremos um resultado positivo com a iniciativa dessa Emenda. Ela proporcionará,
àqueles que querem construir, fazer a sua construção e ter, de maneira dirigida
e objetiva, através de um documento, que é a DM, que é proporcionada e cedida
pelo Executivo e pelos órgãos competentes, reunindo todas as informações
necessárias, evitando que esse proprietário tenha que correr aqui e ali,
buscando informações e aprovações aqui e acolá.
Portanto,
apelamos aos Pares, aos que são mais sábios, entendidos, que já pesquisaram e
têm sentido e analisado a validade dessa Emenda, pedindo apoio aos Srs.
Vereadores, para que votem favoravelmente à Emenda proposta. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Em votação a Emenda nº 82, de autoria do
Ver. Eliseu Sabino. (Após a apuração nominal.) APROVADA por 17 votos SIM e
13 votos NÃO.
Em votação a Emenda nº 83, de autoria do Ver. Eliseu Sabino, destacada pelo autor e outros Vereadores. O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra para encaminhar a favor da Emenda nº 83.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Senhor Presidente e Senhores Vereadores,
vou dar um exemplo e, a partir do exemplo, justificar o porquê do meu apoio à
Emenda. Vamos tomar a Av. Goethe: um bar sozinho não atrapalha, quarenta e dois
bares tornam a vida infernal aos moradores. Não precisaria dizer mais nada. É
esse o motivo do meu apoio à Emenda do Ver. Eliseu Sabino. Nós temos que ter a
possibilidade dessa avaliação, porque sabemos que determinadas atividades têm o
dom de proliferar, a partir do momento da instalação de uma atividade que
talvez, de fato, sozinha não gera nada, não atrapalha ninguém, a partir de um
determinado momento, um traz outro, mais outro, e assim por diante. O Ver.
Pedro Américo Leal, que já teve sob a sua responsabilidade a Segurança Pública,
sabe que isso acontece com hotel, com motéis, com determinadas atividades,
algumas, felizmente, para a Cidade, são sazonais, elas mudam de lugar
periodicamente, é o caso de bares e restaurantes. Não é o caso do qual eu
falava, de motéis, é o caso de determinadas atividades como camelôs, oficinas
mecânicas.
Temos
claramente essa situação, às vezes a instalação de um único equipamento acaba
gerando uma expansão, e aquilo que é inócuo, num primeiro momento, acaba se
tornando um problema para os moradores num segundo momento. A partir desse
exemplo, fica bem clara a justificativa e o aspecto correto da Emenda do Ver.
Eliseu Sabino, motivo pelo qual fiz questão de fazer esse encaminhamento
favorável. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Em votação nominal a Emenda nº 83 do Ver.
Eliseu Sabino. (Após a apuração nominal.) REJEITADA
por 8 votos SIM e 21 votos NÃO; uma ABSTENÇÃO.
Em
votação a Emenda nº 84, de autoria da Ver. Sônia Santos. O Ver. Reginaldo Pujol
está com a palavra para encaminhar, como autor do Destaque.
O SR. REGINALDO PUJOL: Senhor Presidente e Srs. Vereadores,
quais as razões que nos levaram a fazer o Destaque das expressões contidas no
final da redação do art. 102, quando claramente coloca: “Ouvida a população do
entorno, através de suas associações representativas”? Ocorre que entendemos
que essa proposta de alteração do art. 102 está prejudicada pelo que foi
decidido anteriormente, ou seja, que toda a forma de representação comunitária
ocorreria através de uma lei específica que tem prazo para ser dirigida para a
Casa. O Ver. Isaac Ainhorn pugnou nesse sentido, e nós buscamos tirar do texto
qualquer referência que fosse feita em termos de audiência da comunidade,
porque a comunidade será ouvida nos termos da Lei que vier a ser definida em
projeto próprio, a ser encaminhado a esta Casa, no período estabelecido num dos
artigos que nós aqui aprovamos, que eu não me recordo se é cento vinte ou cento
e oitenta dias, mas isso foi estabelecido, quando se aprovou a matéria.
A
Emenda do Ver. Isaac Ainhorn foi aprovada em todas as instâncias de discussão
na Comissão e, finalmente, quando se votou o Projeto, e não se pediu Destaque
dessa Emenda, porque havia uma concordância nesse sentido, que a participação
comunitária fosse objeto de lei específica, ela acabou sendo aprovada de forma
definitiva, está incorporada no texto. Então, restariam algumas expressões
absolutamente prejudicadas pelo que já foi decidido anteriormente. Foi
decidido, já está no corpo do Projeto, que a participação comunitária se dará
na forma que for definida por lei específica a ser encaminhada a esta Casa, no
prazo que aqui está sendo estabelecido. Por isso, eu pedi o Destaque, para que
não conste esta expressão no Plano, porque ela entra em oposição direta com o
que está colocado no conjunto do Plano, que determina que toda forma de participação
comunitária se deverá dar na forma em que a lei vier a ser determinada. E a lei
que irá determinar a forma de participação comunitária - e poderá, inclusive,
definir nesse sentido - é outro instrumento que o Executivo fica, em função do
que nós estamos decidindo, aqui, no Plano Diretor, obrigado a remeter à Casa
para que nós decidamos no prazo estabelecido por esta lei.
Por
isso, Sr. Presidente, pedi o Destaque, e, como agora nós votamos a Emenda e não
o Destaque, eu, obviamente, requeri este Destaque para que se votasse “não”. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. JOÃO DIB (Esclarecimento): Sr. Presidente, apenas para não passar em
branco, eu havia pedido a minha inscrição para encaminhar, mas, depois de uma
informação dada pela Vera. Sônia Santos, eu a estou retirando.
O SR. PRESIDENTE (Juarez Pinheiro): É que houve troca na direção dos
trabalhos e aconteceu esse lapso.
Em
votação a Emenda nº 84.
Há
um Requerimento do Ver. Isaac Ainhorn para que a votação seja nominal.
Em
votação nominal a Emenda nº 84, aposta ao PLCE nº 10/97. Gostaria de lembrar
aos Srs. Vereadores que, votando “sim”, estaremos aprovando a Emenda; votando
“não”, ela será rejeitada. (Após a apuração nominal.) REJEITADA por 29 votos NÃO. Não
houve votos “sim”, nem abstenções.
Passamos
para artigo nº 107, Emenda nº 87, de autoria do Ver. Eliseu Sabino, destacada
pelos Vereadores Luiz Braz e outros.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT (Questão de
Ordem): Sr. Presidente,
a cópia que tenho aqui, da Emenda nº 87, se refere ao art. 107, parágrafo 6º. A
consulta ao livro nos indica que, na verdade, seria parágrafo 7º.
Provavelmente, houve uma renumeração por força de alguma outra Emenda. Eu
gostaria que isso fosse explicitado para bem nos orientar.
O SR. PRESIDENTE: Isso é importante, Vereador. Vou
consultar a Diretoria Legislativa para responder a V. Exa.
Houve
um equívoco na hora da elaboração dessa Emenda, por parte do autor, o Ver. Luiz
Braz, que, neste momento, explicará ao Plenário para que os Srs. Vereadores
possam fazer sua votação.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, acontece que a Emenda nº
308, que está na página seguinte, suprime, a Emenda nº 87, e, aqui, na redação,
suprime o parágrafo 6º da Emenda nº 87 e inclui um novo parágrafo. Então, a 308
pode estar com uma redação um pouco ambígua, mas, na verdade, está suprimindo
esse parágrafo 6º e ela já está aprovada. Ela é uma das Emendas aprovadas logo
no início, com o processo. Então, prossegue o caput do artigo e o restante do artigo, só que fica suprimido, com
a Emenda nº 308, o parágrafo 6º.
O SR. PRESIDENTE: Confesso que estou com alguma
dificuldade. Vou suspender os trabalhos por breves segundos.
(Suspendem-se
os trabalhos às 17h21min.)
O SR. PRESIDENTE (às
17h22min): Estão reabertos os trabalhos.
Ver.
Antonio Hohlfeldt, respondemos a V. Exa. que a Emenda nº 308, que já foi
aprovada, prejudicou parte da Emenda nº 87. Então a Emenda nº 87 fica
suprimida, a partir de onde se lê: “e inclui parágrafo 6º ao art. 107, como
segue:...” Então fica prejudicada em face da aprovação da Emenda nº 308.
Votamos
a Emenda nº 87, que diz o seguinte: “Acrescenta, no inciso I, do parágrafo 1º,
do art. 107, após a expressão: “...destinadas a estacionamentos...” a expressão
“...acima do solo...”, e ao final da
sua redação a expressão “...e sem limite de vagas quando localizadas no subsolo
da edificação.” Então é até aí que é votada esta Emenda.
Em
votação a Emenda nº 87, com as observações feitas. (Pausa.) Os Srs. Vereadores
que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA, de forma unânime, a Emenda nº 87.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA (Questão de
Ordem): Conforme o texto
que está aqui, é isso que foi aprovado?
O SR. PRESIDENTE: Vereador, nós já explicamos que a Emenda
nº 308 prejudicou em parte a Emenda nº 87. A partir da expressão: “e inclui
parágrafo 6º ao art. 107, como segue:...” A parte anterior a esta expressão é
que foi votada por nós neste momento. Foi esta a votação, Vereador, que foi
aprovada de forma unânime em votação simbólica.
O SR. CARLOS ABERTO GARCIA: Eu sou contra, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE: Então registramos que não foi unânime a
votação uma vez que o Vereador Carlos Alberto Garcia votou contrário à Emenda
nº 87.
O SR. PRESIDENTE (Nereu D’Ávila): Emenda nº 302, de autoria do Ver. Isaac
Ainhorn, destacada pelos Vereadores Guilherme Barbosa e outros. (Lê.)
“Acrescente-se onde couber: os Centros Comerciais e Shopping Centers deverão
destinar área especial de descanso para as pessoas que trabalham nos
estabelecimentos localizados no seu interior, incluindo nesse espaço sanitários
masculinos e femininos, sendo que as referidas áreas não serão computadas para
efeito de índice construtivo. Parágrafo Único: Aplica-se o disposto no caput dispositivo às ampliações de área
nos centros comerciais e shopping centers
já existentes.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT(Questão de
Ordem): Sr. Presidente,
pedindo vênia ao Ver. Isaac Ainhorn, eu vejo que o texto da Emenda diz
“acrescente-se onde couber” e não sei por que isso entrou agora em relação ao
artigo 107. Eu quero ter uma explicação sobre se a previsão é de que isso
entra, depois do 107, ou como 108, portanto, ou algo parecido.
O SR. PRESIDENTE: V. Exa. quer saber se entra neste
momento?
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: No livreto que nós recebemos, Presidente,
em relação ao artigo 107 aparece Emenda nº 87, acabamos de votar, depois,
aparece Emenda n° 302, onde diz: “... acrescente-se onde couber.” Eu quero
entender o porquê, quem e sobre qual critério acabou incluindo isso vinculado
ao artigo 107 ou como artigo 108, potencial na renumeração de artigos. Eu quero
entender a lógica de como isso vai funcionar.
O SR. PRESIDENTE: Ver. Antonio Hohlfeldt, o Vereador, na
Emenda, fala em isenção de índice construtivo. A Emenda n° 107 refere-se a esse
assunto, por isso que, teoricamente, estaria conectado a esse artigo. Claro
que, quando ele diz “..onde couber..” deve ser em assunto que tenha vinculação.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Com todo o respeito, Sr. Presidente, em
dezessete anos nesta Casa, aprendi que a técnica legislativa liga coisa com
coisa. O caput do artigo 107 diz que
as áreas construídas, não adensáveis são aquelas..” , etc. e tal; parágrafo
primeiro: “São isentas no cômputo do índice aproveitamento..”, etc. tal.
Pergunto: acrescente-se onde couber. Como inciso? Como parágrafo? Porque isso
não está colocado aqui, a Emenda está colocada como artigo novo. E aí? Muda
isso como inciso? Não estou entrando no mérito, Ver. Isaac Ainhorn, estou
procurando entender onde entra. Eu faço como Questão de Ordem para facilitar o
encaminhamento de V. Exa., porque como redação vai ter que haver um acerto. A
redação dos centros comerciais, caput
de um pretenso artigo, com parágrafo único, não tem como compatibilizar com
outros parágrafos já existentes e incisos. Portanto, tem que haver uma
remodelação de redação ou entra como artigo 108, novo. É essa é a definição que
me parece que o Plenário tem que ter preliminarmente, independente do mérito.
Eu sou absolutamente favorável à Emenda, mas quero entender como isso vai ser
compatibilizado.
O SR. PRESIDENTE: No nosso entendimento, vai entrar como
artigo 108. Em todo caso, em deferência a V. Exa., suspendo os trabalhos por um
minuto.
(Suspendem-se
os trabalhos às 17h30min.)
O SR. PRESIDENTE (às 17h33min): Estão reabertos os trabalhos. O Ver
Isaac Ainhorn está com a palavra para encaminhar a Emenda nº 302.
O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o
nosso encaminhamento se coloca como uma imperiosidade, apenas para um
esclarecimento, no sentido da nossa Emenda, uma vez que entendemos ser uma Emenda
de conteúdo social e ético muito grande, na medida em que no Plano Diretor nós
trabalhamos com conceitos, na maior parte das vezes, extremamente técnicos e
que envolvem a qualidade de vida das pessoas na Cidade.
E
esta é mais do que uma imperiosidade. Curiosamente nos centros comerciais e shopping centers, normalmente, não são
previstas áreas de lazer e descanso para aqueles que trabalham em seu interior.
O
propósito da nossa Emenda é corrigir e fazer uma ingerência do Poder Público em
relação a determinados critérios que envolvem a Cidade na sua visão moderna.
Nós achamos que, se é bom para os trabalhadores do shopping, também o é para
aqueles que têm os seus negócios ali, porque, hoje, numa visão moderna de
trabalho, o investimento em recursos humanos, em qualidade nos locais de
trabalho se constituem num retorno que vai acontecer naturalmente a essas
empresas. Estando o funcionário com boas condições de trabalho, naturalmente,
ganha quem é atendido, ganha o empresário daquele setor, ganha o trabalhador
que terá melhor qualidade de vida no seu cotidiano, uma vez que grande parte da
sua vida passa no seu local de trabalho. Não é admissível que a modernidade dos
shopping centers não contemple áreas
destinadas ao descanso dos seus trabalhadores. Isso talvez não precisasse de
lei, talvez fosse uma decorrência do bom senso e da sensibilidade social de
todas as pessoas. Infelizmente, tal não ocorre. E nós colocamos, dizendo com
todas as letras, um incentivo, ou seja, o não-cômputo dessas áreas nos chamados
índices construtivos para viabilizar plenamente e tornar exeqüível a medida,
para que não se constitua numa letra morta o presente texto legal.
De
outro lado, há algumas visões técnicas que colocam que essa questão não deveria
estar no Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano da Cidade, mas deveria estar
no Código de Edificações ou em outra lei. Em doze anos de mandato nesta Casa,
eu já vi tratarem de matéria tributária em leis de outra natureza, de matéria
urbanística em outros tipos de lei. Ela só tem que guardar a hierarquia. O
Código de Edificações se constitui em lei complementar, o Plano Diretor também
em lei complementar. Conseqüentemente, está respeitado o chamado princípio da
hierarquia das leis. E eu sempre digo a V. Exas. que um ilustre Deputado Estadual
deste Estado inseriu na Constituição Estadual do Rio Grande do Sul, nas suas
disposições transitórias, a obrigatoriedade de construção de uma estrada que
poderia ser feita por Ordem de Serviço. É obvio que nas leis obedecidas, nos
critérios sistemáticos, cabem todas essas alternativas, embora a boa técnica,
às vezes, não recomende. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O próximo inscrito é o Vereador Fernando
Záchia. Ausente. O Vereador Juarez Pinheiro está com a palavra para encaminhar.
O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, de plano
quero chamar a atenção para o mérito da proposição desta Emenda subscrita pelo
Vereador Isaac Ainhorn. Eu moro ao lado de um shopping center e sinto a dificuldade que aqueles trabalhadores têm
de permanecer, às vezes, dez horas com aquele ruído permanente, com aquele
desgaste, com aquele estresse e não terem uma área de descanso. Apenas, Ver.
Isaac Ainhorn, no sentido de que venhamos avaliar que essa matéria, talvez,
seja uma matéria que se enquadrasse melhor dentro do Código de Edificações.
Então,
nesse sentido, possivelmente nossa Bancada venha votar favoravelmente a essa
Emenda pelo mérito insofismável que a mesma detém. São trabalhadores sujeitos a
uma carga horária extenuante, num ambiente que para nós é um ambiente de lazer
e de descanso, mas que, para aquelas pessoas que são obrigadas a permanecer por
muitas horas, é um ambiente que leva, extremamente, ao estresse e ao cansaço.
Essa é uma proposta muito justa.
Queremos
salientar que o próprio Ver. Jocelin Azambuja, Vera. Sônia Santos, já tem uma
Lei Ordinária dispondo sobre essa matéria e que foi aprovada por esta Câmara de
Vereadores. Portanto, queremos fazer, apenas, a ressalva de que, se o Poder
Executivo na análise jurídica que faz sobre essa matéria, vier a entender que
ela se trata de matéria do Código de Edificações, que o Veto será apenas no
sentido formal do processo legislativo, mas o mérito é inegável, estando essa
matéria regulada no Plano Diretor, Vera. Sônia Santos, regulada no Código de
Edificações e na Lei Ordinária, que já foi aprovada e que é de autoria do Ver.
Jocelin Azambuja.
Esses
trabalhadores dos tempos modernos merecem a consideração desta Câmara de
Vereadores. Por incrível que pareça, vou votar a favor da Emenda do Ver. Isaac
Ainhorn. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Fernando Záchia está com a
palavra. (Pausa.) O Ver. Fernando Záchia havia-se inscrito para falar contra a
Emenda, mas ele encontra-se ausente. Estou insistindo em chamá-lo porque não
pode ficar registrada nos Anais somente a posição a favor. Se ele não está, não
poderemos esperar por ele. O autor do Destaque não quer encaminhar.
Em
votação nominal a Emenda nº 302 ao PLCE nº 010/97. (Após a apuração nominal.) APROVADA por 29 votos SIM e 01 voto NÃO.
Emenda
nº 90, ao art. 112 do PLCE nº 010/97, de autoria da Vera. Sônia Santos,
destacada pelo Ver. Reginaldo Pujol e outros. Rejeitada a Emenda nº 90, ficam
prejudicadas todas as Subemendas e a Emenda nº 307 e respectiva Subemenda.
Aprovados os itens 1 e 2 à Subemenda nº 1, à Emenda nº 90, fica prejudicada a
Emenda nº 307 e respectivas Subemendas. Rejeitados os itens 1 e 2, fica
prejudicado o parágrafo 4º da Subemenda nº 1 à Emenda nº 90. Aprovada a
Subemenda de Relator- Sistematizador nº 2 à Emenda nº 90, fica prejudicada a
Subemenda nº 4 à Emenda nº 90.
O
Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar. A favor da Emenda ou
pelo Destaque?
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, pela forma
que estamos votando, apresentei o Destaque para aprovar a Emenda. Como V. Exa.
se deu conta, esta Emenda é o caminho pelo qual se chegam a outras definições.
As discussões, se ocorrerem, dar-se-ão depois, nas Subemendas. Porque a Emenda
da Vera. Sônia Santos modificou o Projeto original no que diz respeito a
“recuos de frente, lateral e de fundos, para os prédios que ultrapassarem os
limites máximos previstos para construção na divisa, conforme Anexo 7.1,
deverão ser livres de construção e não poderão ser inferiores a um quinto da
altura da edificação - inicialmente, era um sexto da altura da edificação que
era colocado - garantindo um mínimo de três metros, aplicados da seguinte
forma...e, aí, determina.
Com
relação a este assunto instalaram-se grandes discussões que geraram várias
Emendas, uma limitando em trinta e três metros a aplicação desse conceito, ou
seja, determinando que esse conceito se aplicasse a partir de trinta e três
metros, outras estabelecendo um limite menor, até que chegou-se a uma posição
conjunta acerca de 18% de recuo, que é o ponto intermediário entre o quinto e o
sexto.
Mas
o que quero chamar a atenção de todos os colegas é para o seguinte: nada disso
acontecerá se nós não aprovarmos a Emenda da Vera. Sônia Santos. A Emenda da Vera.
Sônia Santos é que abriu toda essa discussão, sem a qual ficaria aquela
colocação originária do Projeto, que era de um sexto para toda a Cidade,
independente da altura, sem discussão e sem conseqüência a todas as outras
Subemendas que foram apresentadas, tudo isso desapareceria. Temos que votar a
favor de uma e contra a outra, mas, de qualquer sorte, tem que ser aprovada a
Emenda da Vera. Sônia Santos. Sem a aprovação da Emenda da Vera. Sônia Santos,
nós voltamos ao texto originário do Projeto, e ninguém quer o texto originário
do Projeto. Todas as discussões que acontecem aqui são quanto à forma de
modificar o texto originário do Projeto. Se a mais ou a menos, se com altura em
percentual ou em número fixo ou em metros de altura do prédio, com limitações,
toda essa discussão, que foi ampla e que tomou conta de grande parte dos
debates, vai perder o sentido se nós não aprovarmos a Emenda da Vera. Sônia
Santos, que é o comando de toda a outra discussão. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol manifestou-se
pela aprovação da Emenda. Não há ninguém a favor do Destaque? (Pausa.) Então,
votaremos simbolicamente.
Em
votação a Emenda nº 90. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADA, por
unanimidade.
Itens
1 e 2 da Subemenda nº 1 à Emenda nº 90, de autoria do Ver. João Motta,
destacada pelo Ver. Luiz Braz e outros. Em votação. (Pausa.)
O
Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, os
itens 1 e 2 da Subemenda nº 1, dizem, depois do item III: “...1. nos prédios de
uso não-residencial, a partir da base ou a partir do pavimento imediatamente
acima desta, quando se tratar de transição construída na forma de pilotis, com
os usos previstos no art. 107, parágrafo 1º, incisos I, II e III; 2. nos
prédios de uso exclusivamente residenciais, a partir da referência de nível ou
a partir do primeiro pavimento de uso residencial, quando o pavimento inferior
for construído na forma de pilotis com os usos previstos no art. 107, parágrafo
1º, incisos I, II e IV”.
Nós
havíamos acertado, ao longo das discussões, que esse critério envolvendo os
pilotis ficaria de fora. Nós não teríamos, como referência, os pilotis; isso
não é o que se concertou no final, pois trabalhou-se em cima de uma regra
geral, uma regra para valer em qualquer tipo de construção. Esse art. nº 112,
como já falei anteriormente, trata de afastamentos, etc., independe do problema
de pilotis. Isso é outra história. O melhor que temos a fazer, até para não
prejudicar outras decisões que vêm posteriormente e que merecem ser aprovadas,
é não aprovar essa Subemenda, ela não merece prosperar, ela deve ser derrotada.
O
Ver. João Motta mesmo concorda com esse fato, porque participou das discussões
e sabe que elas evoluíram consideravelmente a partir daquele momento. Por isso,
estamos advogando, pura e simplesmente, que a Subemenda seja derrotada, e que
possamos apreciar as outras e, aí sim, provavelmente, aprovar uma das alternativas
que vêm logo depois. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Pelo que entendi, o Ver. Reginaldo Pujol
falou, com a concordância do Ver. João Motta, em derrotar a Subemenda, os itens
1 e 2. Não conseguindo os 17 votos, me parece que estaria acolhido o pensamento
do Plenário. Depois, serão aprovados outros itens que suprirão esse. Se não há
nada a opor a essa circunstância proposta, votaremos simbolicamente.
Em
votação os itens 1 e 2 da Subemenda nº 1 à Emenda nº 90. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que estiverem contrários a esses itens permaneçam sentados. (Pausa.)
REJEITADOS os itens 1 e 2 da Subemenda nº 1 à Emenda n.º 90. Está prejudicado o parágrafo 4º da Subemenda nº 1.
Em
votação a Subemenda do Relator-Sistematizador nº 02 à Emenda nº 90 ao PLCE nº
010/97. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.)
REJEITADA.
Em
discussão a Emenda nº 04 à Emenda nº 90 ao PLCE nº 010/97.
A SRA. SÔNIA SANTOS (Questão de Ordem): Sr. Presidente, efetivamente a parte desta
Subemenda que fala sobre ficar mantida a Subemenda nº 1 à Emenda 90, uma vez
rejeitada, já está prejudicado o texto, automaticamente; não temos como
mantê-la em votação, visto que versa sobre um tema que já foi votado, derrotado
e rejeitado.
O SR. PRESIDENTE: Estou entendendo que, tecnicamente, essa
Subemenda já está prejudicada, no seu bojo há expressões que já foram
derrotadas.
O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): Senhor Presidente, nós aprovamos a Emenda
nº 90, e agora há uma Subemenda à Emenda 90 que deve ser aprovada porque é
consenso, é acordo.
O SR. PRESIDENTE: Não, Vereador, há um problema que V. Exa.
não está considerando; foram derrotados depois os itens 01 e 02 da Subemenda.
Aqui fala: “Sendo mantida a Subemenda nº 1 à Emenda nº 90”. Esta já está fora,
foi derrotada.
O SR. JOÃO DIB: Substitui na Emenda nº 90 a expressão “um
quinto”. Isso é o que está fazendo a Subemenda. Dezoito por cento.
O SR. PRESIDENTE: Tudo bem, mas se aprovarmos isso, vamos
aprovar aquilo que derrotamos há cinco minutos.
O SR. JOÃO DIB: Está derrotado. Isso está excluído. Essa
segunda parte da Subemenda está prejudicada.
O SR. PRESIDENTE: Não, Vereador, por favor, não está
prejudicada. Se a Subemenda nº 4 for aprovada, está aprovada a Subemenda nº 1.
O SR. JOÃO DIB: Não. Quando nós rejeitamos a Subemenda nº
1, ficou prejudicada parte da Subemenda nº 4.
O SR. PRESIDENTE: Sim, até “edificação” está prejudicada.
Mas a Vera. Sônia Santos não está concordando.
A SRA. SÔNIA SANTOS: Por favor, Senhor Presidente! Até onde eu
sei, votamos a totalidade do texto. Se o texto está comprometido com a
prejudicialidade de uma Emenda já rejeitada, nós, a partir de agora, vamos
começar a votar metades de Emendas? Metades de subemendas? Vamos considerar
aquilo que nos interessa? Eu não entendo assim. Temos que votar a totalidade.
Se ela está prejudicada, prejudicada está! Nós deveríamos ter visto isso antes!
O SR. PRESIDENTE: Eu pensava assim, Vereadora.
O SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem): Vereador-Presidente, sempre nós
consideramos aqui as prejudicialidades às vezes pela metade da Emenda, que
cortam a metade da Emenda. Sempre votamos assim. Naquilo que prejudicar, tudo
bem. Mas veja que essa questão dos afastamentos foi uma questão muito debatida,
foi uma questão que levou praticamente todas as Bancadas e todos os Vereadores
a fazer uma série de discussões, até que se chegou a esse número, que posso
chamar até de número mágico: dezoito por cento. Não é uma unanimidade, mas é um
acordo da maioria, e por isso foi votada assim, e se espera que nessa Subemenda
se possa fazer com que a vontade da maioria da Casa possa ser implementada.
O SR. PRESIDENTE: Entendi agora a matemática, Vereador: um
quinto é dezoito por cento.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA (Questão de
Ordem): Sr. Presidente,
eu volto a insistir, porque, no momento em que foi votada a Emenda, a Subemenda
já fica prejudicada por si só. E, além disso, um quinto é vinte por cento.
Alteraram tudo.
O SR. PRESIDENTE: Isso eu também acho. Está havendo uma
desinteligência.
O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): Não, não está havendo uma
desinteligência. Está havendo uma Subemenda exatamente para substituir um
quinto por dezoito por cento. Não vinte, e, sim, dezoito por cento.
O SR. PRESIDENTE: Nós vamos suspender a Sessão por alguns
minutos, para nos entendermos. Estão suspensos os trabalhos.
(Suspendem-se
os trabalhos às 18h07min.)
O SR. PRESIDENTE (às 18h16min): Estão reabertos os trabalhos.
A
Vera. Sônia Santos está irresignada com a questão de estar sendo mantida a
Subemenda nº 1 à Emenda nº 90. Agora, a maioria absoluta dos Vereadores estão
entendendo que, tecnicamente, está correto, porque já havia sido prejudicada
esta parte. Se foi prejudicada na votação anterior, não entra nesta votação. A
Vereadora quer ouvir a Procuradoria.
A SRA. SÔNIA SANTOS: A minha resignação será automática, tão
logo venha o Parecer da Procuradoria.
O SR. PRESIDENTE: O problema é que, talvez, esta Subemenda
tenha a ver com todas as demais deste bloco.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, tenho posição diversa à
Vera. Sônia Santos, no mérito; aliás, é uma prerrogativa dela em requerer a
ouvida da Procuradoria da Casa. Não nos cabe outra saída, a não ser deferir o
pedido, suspender a Sessão e retomar o assunto na quarta-feira, já com a
opinião da Procuradoria.
O SR. PRESIDENTE: É. Todas as outras questões estão
ligadas, nesse bloco, a essa questão.
Então,
solicitamos à Procuradoria. Fica sobrestada a Subemenda nº 4. Regressaremos
quarta-feira com o parecer da Procuradoria.
Estão
encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 18h21min.)
* * * * *